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Obras no parque da Água Branca abrem polêmica com usuários
Reforma inclui abertura de trilha em mata fechada e construção de ponte e deque em bosque
Frequentadores do parque, que fica na zona oeste de SP, se reúnem hoje com a Promotoria; Estado nega problemas
LETICIA DE CASTRO
DE SÃO PAULO
Um dos últimos redutos
bucólicos de São Paulo, habitado por animais como saguis, pavões, gansos e galos,
o parque da Água Branca, na
zona oeste, viu a sua paisagem rural ser invadida por retroescavadeiras e tapumes.
Desde abril, o parque
-que é tombado pelo Condephaat (órgão estadual responsável pelo patrimônio
histórico)- passa por uma
ampla reforma, que vem sendo questionada por frequentadores que, preocupados
com os impactos ambientais
das intervenções, se uniram
para tentar barrar a obra.
Hoje, eles se reúnem com o
promotor Washington Luis
de Assis, da Promotoria do
Meio Ambiente, para discutir
a petição protocolada no último dia 3 e apresentar um
abaixo-assinado com mais
de mil assinaturas que pede a
suspensão da reforma.
"Não somos contra as
obras necessárias, mas queremos discutir o que está sendo feito e a maneira", diz a
advogada Claudia Lukiancuki de Lacerda.
Os pontos centrais da reforma que os usuários questionam são a abertura de
uma trilha, onde antes havia
uma mata fechada, a construção de uma ponte e de um
deque no bosque das palmeiras, a extensão do funcionamento do parque até as 22h, a
instalação de uma praça de
alimentação e a cobrança de
estacionamento -apenas
outros três parques estaduais
da cidade têm essa cobrança.
"São intervenções que podem trazer consequências
para a fauna e a flora locais,
mas não foi feito um estudo
de impacto ambiental", diz a
assistente social Cândida
Meirelles, coordenadora de
projetos ambientais da Assamapab (Associação de Ambientalistas e Amigos do Parque da Água Branca).
Ela afirma que o projeto de
reforma não foi discutido
com usuários.
"Soube com a obra em andamento, quando vi a movimentação."
Na sexta-feira, o grupo teve acesso aos trechos do projeto que trazem o carimbo de
autorização do Condephaat.
Mas ainda esperam o detalhamento das ações, o plano
de manejo e os estudos de
impacto ambiental.
MUDANÇAS
Frequentador do parque, o
ambientalista Ricardo Cardim, mestrando do Departamento de Botânica da USP,
criticou a abertura da Trilha
Pau-Brasil.
"Para fazer um bosque, removeram muita vegetação.
Com isso, o clima local ficou
mais seco", afirma.
A urbanista Catharina
Santos Lima, professora do
Departamento de Paisagem e
Ambiente da FAU-USP, defende que qualquer tipo de
intervenção seja discutida
com os usuários.
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