São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

AUREA APARECIDA NADIN GINACH (1949-2010)

Sonhou terminar os estudos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Foi pelo pavor que sentia dos professores rigorosos que Aurea Aparecida Nadin Ginach abandonou a escola, no quarto ano primário.
Mesmo fora das salas de aula, ela aprendeu a gostar de literatura e se tornou uma leitora voraz, como conta o filho, o professor Erich.
De uma família de poucos recursos, com apenas 12 anos, a menina nascida em São Paulo foi trabalhar.
Aurea começou como doméstica. Depois, arrumou serviços como operária em fábricas do Brás e do Pari.
A situação melhorou quando ela conheceu o técnico em eletrônica José Thomé Ginach, com quem se casou em 1973. Foi cuidar da própria casa e dos filhos.
Como conta o filho, a mãe tinha grande sensibilidade para as artes. Adorava cinema e tinha "Sonhos" (1990), do diretor japonês Akira Kurosawa, como um de seus filmes favoritos.
Erich conta que, ultimamente, Aurea demonstrava arrependimento por não ter retomado os estudos e entrado em um curso superior. Ela acreditava que, com uma faculdade, poderia ter conquistado autonomia financeira.
Achava que poderia ser uma boa advogada.
Morreu na segunda-feira (30/8), de complicações decorrentes do tratamento de um câncer descoberto há sete anos. Deixa viúvo, dois filhos e três netos.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Prédios novos encurralam casas em Campo Belo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.