São Paulo, terça-feira, 13 de outubro de 2009

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Rio erguerá muros de 3 m em vias expressas

Prefeito Eduardo Paes diz que objetivo é proteger vizinhos do barulho do trânsito

Ele não divulgou custos e negou que "barreiras acústicas" sejam forma de exclusão dos moradores das favelas à margem das pistas

DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou ontem que vai murar as laterais das linhas Amarela e Vermelha e de parte da avenida Brasil. Segundo ele, a ideia decorreu da necessidade de proteger os moradores vizinhos do barulho do trânsito nessas vias expressas.
Paes não fala em muros, mas em "barreiras acústicas" de 3 m de altura, feitas com aço, concreto e matéria plástica.
"Há pessoas com autoestrada passando em frente [às suas casas], um barulho infernal. Na Linha Amarela [ligação entre as zonas norte e oeste], é o auge do elitismo. Só tem barreiras nas áreas ricas. Nas áreas pobres não tem. Quer dizer: pobre pode ouvir barulho de carro; rico não pode. Então, vamos fazer isso para todos", disse ele.
Outro objetivo é impedir que as pessoas atravessem as pistas em locais perigosos. O prefeito citou a avenida Brasil, "toda hora obstruída por pessoas andando, com animais entrando na pista". "Isso precisa ser protegido", afirmou ele, sem divulgar os custos das barreiras.
Segundo a prefeitura, os muros vão estampar os contornos de montanhas famosas do Rio, como Pão de Açúcar, Corcovado e Dois Irmãos. Também haverá pinturas que retratam o cotidiano das comunidades.
Paes negou que as muralhas sejam uma forma de exclusão dos moradores das favelas à margem das pistas. "Exclusão é quando você deixa uma criança de comunidade pobre ou uma criança que mora no entorno de uma via expressa dessas correr o risco de pular na hora em que a mãe estiver desatenta para pegar uma bola de futebol e morrer atropelada."
Segundo ele, as barreiras não serão à prova de balas, o que comprovaria que a intenção não é proteger os motoristas. Mas em fevereiro, quando a ideia foi anunciada, o discurso era que a barreira seria erguida para deixá-los a salvo de tiroteios nas comunidades e de arrastões em congestionamentos.


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