São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

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Piloto de helicóptero que caiu estava irregular

Habilitação de Ignácio Bueno de Moraes Neto, que morreu na queda da aeronave no dia 1º, estava vencida desde dezembro de 2004

Anac afirmou que checagem do certificado dos pilotos é feita aleatoriamente, mas não soube dizer quantos fiscais fazem esse serviço

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

O piloto do helicóptero que caiu no dia 1º de novembro em Carapicuíba (Grande São Paulo) estava com o certificado de habilitação técnica vencido desde dezembro de 2004. A informação foi confirmada ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Esse certificado diz que o piloto está apto a conduzir um determinado tipo de aeronave -no caso, o helicóptero Robinson-R44. O piloto não pode voar sem o certificado em dia.
Para renová-lo, é preciso fazer aulas e prova teóricas e passar por treinamento em simulador. Por fim, deve-se fazer uma prova no simulador, acompanhada por inspetor da Anac ou de escola credenciada.
Segundo a Anac, esse era o único problema na documentação de Ignácio Bueno de Moraes Neto, 62, que morreu ao dar entrada no hospital Albert Einstein. No acidente, morreram sua sogra e seu enteado. A mulher continua internada.
A Aeronáutica chegou a dizer que o exame médico de Bueno não estava em dia. A agência negou e também afirmou que nem o certificado de aeronavegabilidade nem o seguro obrigatório do helicóptero estavam vencidos. O erro foi creditado a uma desatualização no site.
A agência disse que a fiscalização da habilitação dos pilotos é feita aleatoriamente, mas não soube dizer quantos fiscais fazem esse serviço.
Ontem, uma reportagem da TV Globo mostrou que o helicóptero pode ter saído com excesso de peso do heliponto Helipark, em Carapicuíba.
O registro da aeronave diz que o peso máximo permitido era de 1.088 kg. Segundo a TV Globo, ela voava com 1.132 kg. O desempenho da aeronave pode ter sido reduzido também por conta do calor que fazia na hora da decolagem. A temperatura chegou a 29C na cidade.
Ninguém da Helipark foi encontrado para comentar o caso. À Globo a empresa disse que não tem poder para fiscalizar os helicópteros. A Aeronáutica tem até fevereiro para concluir a investigação. (RAFAEL TARGINO e KLEBER TOMAZ)

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