|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Piloto de helicóptero que caiu estava irregular
Habilitação de Ignácio Bueno de Moraes Neto, que morreu na queda da aeronave no dia 1º, estava vencida desde dezembro de 2004
Anac afirmou que checagem do certificado dos pilotos é feita aleatoriamente, mas não soube dizer quantos fiscais fazem esse serviço
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
O piloto do helicóptero que
caiu no dia 1º de novembro em
Carapicuíba (Grande São Paulo) estava com o certificado de
habilitação técnica vencido
desde dezembro de 2004. A informação foi confirmada ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Esse certificado diz que o piloto está apto a conduzir um
determinado tipo de aeronave
-no caso, o helicóptero Robinson-R44. O piloto não pode
voar sem o certificado em dia.
Para renová-lo, é preciso fazer aulas e prova teóricas e passar por treinamento em simulador. Por fim, deve-se fazer
uma prova no simulador,
acompanhada por inspetor da
Anac ou de escola credenciada.
Segundo a Anac, esse era o
único problema na documentação de Ignácio Bueno de Moraes Neto, 62, que morreu ao
dar entrada no hospital Albert
Einstein. No acidente, morreram sua sogra e seu enteado. A
mulher continua internada.
A Aeronáutica chegou a dizer
que o exame médico de Bueno
não estava em dia. A agência
negou e também afirmou que
nem o certificado de aeronavegabilidade nem o seguro obrigatório do helicóptero estavam
vencidos. O erro foi creditado a
uma desatualização no site.
A agência disse que a fiscalização da habilitação dos pilotos
é feita aleatoriamente, mas não
soube dizer quantos fiscais fazem esse serviço.
Ontem, uma reportagem da
TV Globo mostrou que o helicóptero pode ter saído com excesso de peso do heliponto Helipark, em Carapicuíba.
O registro da aeronave diz
que o peso máximo permitido
era de 1.088 kg. Segundo a TV
Globo, ela voava com 1.132 kg. O
desempenho da aeronave pode
ter sido reduzido também por
conta do calor que fazia na hora
da decolagem. A temperatura
chegou a 29C na cidade.
Ninguém da Helipark foi encontrado para comentar o caso.
À Globo a empresa disse que
não tem poder para fiscalizar os
helicópteros. A Aeronáutica
tem até fevereiro para concluir
a investigação.
(RAFAEL TARGINO e KLEBER TOMAZ)
Texto Anterior: Anticoncepcional: Secretaria procura mulheres que usaram Contracep Próximo Texto: Projeto na Câmara esvazia Estatuto do Desarmamento Índice
|