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MISTÉRIO NO RIO
Garotinho proíbe o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, de dar entrevistas sobre o andamento das investigações
Morte de casal abre nova crise na segurança
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho,
proibiu o chefe da Polícia Civil,
Álvaro Lins, de falar sobre a morte do casal Staheli. As duas maiores autoridades da área de segurança do Estado divergiram publicamente sobre a investigação.
O desentendimento ocorreu à
tarde, quando Garotinho e Lins
participavam da apresentação de
um traficante preso.
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli detectaram
manchas de sangue no volante e
no câmbio do Palio do motorista
da família Staheli, Sebastião Moura. O exame com luminol, substância que torna visíveis vestígios
de sangue, foi feito anteontem.
Segundo a polícia, Moura disse
na quarta-feira, durante a reconstituição, que chegou a tocar no
corpo de Staheli, mas não no de
sua mulher. O material irá para
um laboratório particular, onde
será feito exame de DNA para saber de quem era o sangue.
Desentendimento
Quinze minutos depois de Lins
dizer que pedirá à Shell a relação
de pessoas que trabalhavam com
Zera Todd Staheli -morto no último dia 30-, Garotinho afirmou
que a atividade profissional "absolutamente não é" o ponto principal da investigação.
O secretário também discordou
de Lins ao dizer que a polícia não
está na estaca zero na tentativa de
descobrir os assassinos do casal,
atacado enquanto dormia em casa, no condomínio Porto dos Cabritos (Barra da Tijuca).
"Segundo [dois] observadores
do FBI [que acompanham o caso
no Rio], estamos no caminho certo", disse Garotinho. Anteontem,
Lins dissera que o caso estava na
estaca zero.
Incomodado com as declarações de Lins, Garotinho convocou-o para uma reunião. Lins saiu
sem falar. A seguir, a assessoria de
imprensa da secretaria divulgou
que ele tinha sido proibido de dar
entrevistas sobre o caso.
Suspeita descartada
No início das investigações, a
polícia suspeitava que a filha mais
velha do casal, de 13 anos, poderia
ter cometido o crime.
Ela havia sido impedida de sair
do país pelo juiz da 2ª Vara da Infância e Adolescência, Guaraci
Vianna. No despacho, ele dizia
que a adolescente era a "provável
autora da prática delituosa".
Ontem, Lins voltou a descartar a
participação dela no crime: "Ela
não é suspeita". Para ele, o objetivo era matar Staheli. Michelle teria sido morta por estar com ele.
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