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São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2003

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MISTÉRIO NO RIO

Garotinho proíbe o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, de dar entrevistas sobre o andamento das investigações

Morte de casal abre nova crise na segurança

FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, proibiu o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, de falar sobre a morte do casal Staheli. As duas maiores autoridades da área de segurança do Estado divergiram publicamente sobre a investigação.
O desentendimento ocorreu à tarde, quando Garotinho e Lins participavam da apresentação de um traficante preso.
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli detectaram manchas de sangue no volante e no câmbio do Palio do motorista da família Staheli, Sebastião Moura. O exame com luminol, substância que torna visíveis vestígios de sangue, foi feito anteontem.
Segundo a polícia, Moura disse na quarta-feira, durante a reconstituição, que chegou a tocar no corpo de Staheli, mas não no de sua mulher. O material irá para um laboratório particular, onde será feito exame de DNA para saber de quem era o sangue.

Desentendimento
Quinze minutos depois de Lins dizer que pedirá à Shell a relação de pessoas que trabalhavam com Zera Todd Staheli -morto no último dia 30-, Garotinho afirmou que a atividade profissional "absolutamente não é" o ponto principal da investigação.
O secretário também discordou de Lins ao dizer que a polícia não está na estaca zero na tentativa de descobrir os assassinos do casal, atacado enquanto dormia em casa, no condomínio Porto dos Cabritos (Barra da Tijuca).
"Segundo [dois] observadores do FBI [que acompanham o caso no Rio], estamos no caminho certo", disse Garotinho. Anteontem, Lins dissera que o caso estava na estaca zero.
Incomodado com as declarações de Lins, Garotinho convocou-o para uma reunião. Lins saiu sem falar. A seguir, a assessoria de imprensa da secretaria divulgou que ele tinha sido proibido de dar entrevistas sobre o caso.

Suspeita descartada
No início das investigações, a polícia suspeitava que a filha mais velha do casal, de 13 anos, poderia ter cometido o crime.
Ela havia sido impedida de sair do país pelo juiz da 2ª Vara da Infância e Adolescência, Guaraci Vianna. No despacho, ele dizia que a adolescente era a "provável autora da prática delituosa".
Ontem, Lins voltou a descartar a participação dela no crime: "Ela não é suspeita". Para ele, o objetivo era matar Staheli. Michelle teria sido morta por estar com ele.


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