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PR e SC lideram destruição da mata atlântica
Estados foram os que mais desmataram a floresta entre 2000 e 2005; São Paulo perdeu 4.657 hectares do bioma no período
Dados integram o Atlas dos Remanescentes Florestais de Mata Atlântica, feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Inpe
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade de Bituruna (PR) é a
líder do ranking de municípios
que mais destruíram a mata
atlântica entre 2000 e 2005,
com 4.808 hectares perdidos.
Na seqüência, está Mafra (SC),
responsável pelo desaparecimento de 3.677 hectares.
Não por acaso, os Estados a
que as duas cidades pertencem
são os que mais desmataram a
floresta no período: Santa Catarina, com 45.419 hectares, e
Paraná, com 28.142.
Os dados integram o Atlas
dos Remanescentes Florestais
de Mata Atlântica, feito pela
Fundação SOS Mata Atlântica
e pelo Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais).
Segundo Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica, o
desmatamento ocorre nesses
Estados para a exploração das
florestas de araucária. "Grande
parte das florestas de araucária,
áreas bem preservadas, estão
desaparecendo em grandes extensões. Isso é muito grave."
Segundo o mapeamento, restam apenas 6,98% da cobertura
original de mata atlântica -em
2000, o índice era de 7,1%.
O Estado de São Paulo perdeu 4.657 hectares de mata
atlântica no período -0,19% a
mais do que no qüinqüênio
1995 a 2000. "São Paulo tem
uma situação confortável, a
maior e mais aparelhada situação de controle, com quase
3.000 policiais florestais", disse
o diretor da SOS Mata Atlântica
Mario Mantovani.
Para ele, porém, há um abandono das unidades de conservação no Estado e uma reação
forte de ruralistas contra a
constituição de reservas legais
(áreas de mata que devem ser
mantidas nas propriedades).
Comparando os intervalos de
1995-2000 e 2000-2005, houve
diminuição de 71% no ritmo de
desmatamento da mata atlântica. Flávio Ponzoni, pesquisador do Inpe e coordenador técnico do atlas, diz que a queda se
deve muito mais à falta do que
desmatar do que à adoção de
medidas de preservação.
Os dados apresentados se referem a oito Estados -Espírito
Santo, Goiás, Mato Grosso do
Sul, Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.
A Folha procurou a assessoria de imprensa do município
de Bituruna e a Secretaria de
Desenvolvimento Sustentável
de Santa Catarina, mas não obteve resposta até o fechamento
desta edição. A reportagem não
conseguiu falar com a Secretaria do Meio Ambiente do Paraná.
(AFRA BALAZINA)
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