São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prefeitura quer compensar quem permeabilizar solo

Contribuinte que aumentar área permeável poderá ter abatimento em impostos

Mancha urbana ocupava 1.000 dos 1.509 km2 da cidade em 2002, segundo último dado disponível que não reflete a explosão imobiliária

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo planeja a criação de uma lei para aumentar a permeabilidade do solo. Ela daria compensações para quem aumentasse a área permeável e controlasse a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento.
A compensação pode vir em forma de abatimento em impostos ou permissão para construir uma área maior do que a permitida pela legislação, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura.
O aumento da permeabilidade do solo é uma das metas do Plano Diretor Estratégico, que está em debate na Câmara. A prefeitura diz que seria a primeira lei do país a criar o conceito de compensação por serviços ambientais.
Se depender dos dados técnicos, será difícil medir o aumento da permeabilização. A assessoria da prefeitura diz não ter números sobre o aumento da área impermeável na última década. O último dado disponível é de 2002, quando a mancha urbana ocupava 1.000 dos 1.509 km2 da cidade, e não retrata a explosão imobiliária dos últimos cinco anos, uma das maiores da história da cidade.
Outra iniciativa da prefeitura é exigir desde setembro de 2006 a construção de calçadas permeáveis em construções que precisam de licenciamento ambiental. Desde 2007 foram assinados 685 acordos para a construção de calçadas desse tipo; 49 desses empreendimentos estão prontos.
A Secretaria do Verde e Meio Ambiente implantou esse mesmo tipo de calçadas em parques e repassou recursos para reformar 353 quilômetros lineares de calçadas.
A Secretaria de Habitação e a Sabesp já reabriram e retiraram a população que estava em área de risco de três córregos e outros dois estão em obras. Todos eles estavam em favelas, como a do Jardim Iporanga/ Esmeralda, nas margens da represa de Guarapiranga, na zona sul da cidade.
A abertura e despoluição dos córregos em favelas é acompanhada pela criação de um parque linear.
A prefeitura diz que não adota mais o conceito de canalização de córregos.
Ainda segundo a assessoria, o programa Córrego Limpo fez com que o rio Tietê deixasse de receber 500 litros por segundo de esgoto. Nesse programa, 28 córregos foram despoluídos e 14 tiveram os seus trechos principais recuperados.
Cerca de R$ 78 milhões foram investidos pela prefeitura e pela Sabesp para limpar os córregos.
A meta do programa é despoluir cem córregos até o meio do próximo ano, ainda de acordo com a assessoria da prefeitura. A maior parte dos recursos para cumprir essa meta virá da Sabesp (R$ 124 milhões), mas a prefeitura contribuirá com R$ 27 milhões.


Texto Anterior: Sistema retém a água das chuvas sob a área asfaltada
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.