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Prefeitura quer compensar quem permeabilizar solo
Contribuinte que aumentar área permeável poderá ter abatimento em impostos
Mancha urbana ocupava 1.000 dos 1.509 km2 da cidade em 2002, segundo último dado disponível que não reflete a explosão imobiliária
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
planeja a criação de uma lei para aumentar a permeabilidade
do solo. Ela daria compensações para quem aumentasse a
área permeável e controlasse a
emissão de gases responsáveis
pelo aquecimento.
A compensação pode vir em
forma de abatimento em impostos ou permissão para construir uma área maior do que a
permitida pela legislação, segundo a assessoria de imprensa
da prefeitura.
O aumento da permeabilidade do solo é uma das metas do
Plano Diretor Estratégico, que
está em debate na Câmara. A
prefeitura diz que seria a primeira lei do país a criar o conceito de compensação por serviços ambientais.
Se depender dos dados técnicos, será difícil medir o aumento da permeabilização. A assessoria da prefeitura diz não ter
números sobre o aumento da
área impermeável na última
década. O último dado disponível é de 2002, quando a mancha
urbana ocupava 1.000 dos
1.509 km2 da cidade, e não retrata a explosão imobiliária dos
últimos cinco anos, uma das
maiores da história da cidade.
Outra iniciativa da prefeitura
é exigir desde setembro de
2006 a construção de calçadas
permeáveis em construções
que precisam de licenciamento
ambiental. Desde 2007 foram
assinados 685 acordos para a
construção de calçadas desse
tipo; 49 desses empreendimentos estão prontos.
A Secretaria do Verde e Meio
Ambiente implantou esse mesmo tipo de calçadas em parques e repassou recursos para
reformar 353 quilômetros lineares de calçadas.
A Secretaria de Habitação e a
Sabesp já reabriram e retiraram a população que estava em
área de risco de três córregos e
outros dois estão em obras. Todos eles estavam em favelas,
como a do Jardim Iporanga/
Esmeralda, nas margens da represa de Guarapiranga, na zona
sul da cidade.
A abertura e despoluição dos
córregos em favelas é acompanhada pela criação de um parque linear.
A prefeitura diz que não adota mais o conceito de canalização de córregos.
Ainda segundo a assessoria, o
programa Córrego Limpo fez
com que o rio Tietê deixasse de
receber 500 litros por segundo
de esgoto. Nesse programa, 28
córregos foram despoluídos e
14 tiveram os seus trechos
principais recuperados.
Cerca de R$ 78 milhões foram investidos pela prefeitura
e pela Sabesp para limpar os
córregos.
A meta do programa é despoluir cem córregos até o meio do
próximo ano, ainda de acordo
com a assessoria da prefeitura.
A maior parte dos recursos para cumprir essa meta virá da
Sabesp (R$ 124 milhões), mas a
prefeitura contribuirá com R$
27 milhões.
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