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Sistema retém a água das chuvas sob a área asfaltada
Mecanismo retarda despejo pluvial nas galerias e permite menor acúmulo na superfície
Custo do material testado na USP é 25% maior do que o do asfalto tradicional e o valor do metro quadrado seria de cerca de R$ 100
Caio Guatelli/Folha Imagem
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Área impermeável do estacionamento do Fórum da Barra Funda
DA REPORTAGEM LOCAL
O asfalto poroso que a Escola
Politécnica está testando custa
25% a mais do que o usado no
revestimento tradicional, segundo o engenheiro Afonso
Virgiliis, que escolheu o novo
material como tema de sua tese
de mestrado na USP.
O preço é mais alto porque
asfalto poroso exige uma matéria prima de melhor qualidade
-um tipo de asfalto que permite a passagem de água- e um
plástico que não existe na técnica tradicional. O material
usado para criar o revestimento de um metro quadrado custaria R$ 100.
Outro fator que encarece o
produto é que a usina precisa
de uma regulagem diferente
para produzi-lo -precisa parar
até um dia para fazer os ajustes.
Esse fator sumiria se uma usina
produzisse exclusivamente o
novo tipo de revestimento.
O asfalto poroso foi criado há
mais de 20 anos para resolver
um problema de segurança nas
estradas, um fenômeno conhecido como aquaplanagem -é
quando as rodas perdem o contato com a pista ao atravessaram uma lâmina de água.
No Brasil, é usado para essa
fim em trechos da Nova Dutra.
Há pelo menos uma década a
técnica é usada para evitar a
impermeabilização de solos
nos EUA e Europa.
A pista construída na USP é
diferente das estradas porque
tem um revestimento plástico
no fundo, para evitar que a água
poluída contamine o solo e
eventualmente o lençol freático. "Se não tivesse o plástico,
poderíamos criar um novo problema para a cidade", avalia o
professor José Rodolfo Martins, que coordena a pesquisa,
financiada pela prefeitura de
São Paulo.
O plástico retém a água a 35
centímetros abaixo da pista; a
água vai para drenos e daí para
as galerias pluviais.
O lento escoamento permite
um atraso de 50% na velocidade dessa água, segundo Martins. Um rio que encheria um
metro num temporal ficaria
com meio metro se a técnica
fosse empregada em grande escala naquela região.
Martins acredita que em dois
anos ele possa ser aplicado em
uma rua de verdade.
O material tem uma séria
restrição: não pode ser usado
em avenidas de trânsito pesado, como as marginais. O máximo que ele resiste são caminhões de pequeno porte ou caminhão de lixo uma vez por dia.
Regina Monteiro, da Emurb,
estima que 40% das ruas de São
Paulo poderiam receber o asfalto poroso.
Cidades como Denver, nos
EUA, oferecem incentivos fiscais para quem usa asfalto poroso em estacionamentos.
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