São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 2006

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VIOLÊNCIA

Manifestação pretendia lembrar um mês do desaparecimento de oito jovens

Disparos impedem ato ecumênico

DA SUCURSAL DO RIO

Traficantes da favela Parada de Lucas (zona norte do Rio) interromperam com tiros de fuzil um ato ecumênico realizado na manhã de ontem para lembrar um mês do desaparecimento de oito jovens na vizinha comunidade de Vigário Geral. Não houve feridos.
Assim que chegaram à fronteira das duas favelas -cada uma dominada por uma facção criminosa diferente- os manifestantes foram recebidos a tiros de fuzil pelos traficantes de Parada de Lucas e decidiram encerrar o ato. Houve correria e pânico. Um dos que correram foi o deputado estadual Geraldo Moreira, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa
Na hora do ato, apenas três carros da Polícia Civil estavam no local. A Polícia Militar só chegou depois, mas os manifestantes não se sentiram seguros e não continuaram com o evento.
Os oito jovens estão desaparecidos desde o dia 13 de dezembro. Eles teriam sido seqüestrados por traficantes rivais de Parada de Lucas em um ato de vingança de um criminoso que fora expulso do local. Ao menos cinco deles teriam envolvimento com o tráfico.
A polícia apura denúncias de que PMs do 16º Batalhão (Olaria, zona norte) teriam recebido R$ 50 mil para ajudar o grupo de Parada de Lucas na invasão.
Mães de alguns dos jovens desaparecidos fizeram acusações à polícia e aos traficantes de Parada de Lucas. Uma delas, mãe de Émerson Barros, 13, disse que os criminosos a ameaçam e atiram bombas perto da sua casa.


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