São Paulo, domingo, 14 de janeiro de 2007

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Risco de nova queda prejudica trabalho para achar vítimas

Bombeiros tiveram de suspender buscas pela parte debaixo do buraco; estimativa é que trabalho demore até uma semana

Instituto de Pesquisas Tecnológicas cedeu às construtoras equipamento que consegue verificar a presença de metais

DA REPORTAGEM LOCAL

Os riscos de novos desabamentos fizeram o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo interromper, ontem às 13h, as buscas por vítimas que realizava abaixo do nível da futura Estação Pinheiros do metrô, na zona oeste, após o acidente da última sexta-feira.
Todos os trabalhos serão realizados por meio de escavações pela parte de cima da cratera. Equipes com seis homens dos bombeiros trabalhavam ininterruptamente ontem. A expectativa dos bombeiros é que os esforços tenham que continuar por até uma semana.
Para facilitar as buscas por cima da cratera seriam escavadas plataformas no buraco, informaram ainda ontem as autoridades. Também seriam utilizados cabos de aço para busca de veículos.
As famílias das possíveis vítimas aguardavam o resultado dos trabalhos à distância, embaixo de uma tenda.
Os homens do Corpo de Bombeiros acessaram o local do acidente pelo buraco da futura estação Faria Lima e deslocaram-se aproximadamente 1 km para se aproximar do local do desastre. Havia água na região do acidente, que batia na altura do peito, e foi necessário fazer uma drenagem antes dos bombeiros se aproximarem.
Segundo o capitão Kleber Nelson Castro, houve escavação, mas naquele ponto o túnel já está completamente destruído. Além disso, não havia mais onde colocar a terra retirada.
Havia forte cheiro de gasolina no local abaixo do acidente e os bombeiros tiveram de utilizar máscaras de oxigênio para suportar o cheiro.
Paulo Roberto dos Santos, diretor vice-presidente da Transcooper -cooperativa a qual pertence a van desaparecida no acidente -, afirmou que soube pelos bombeiros que corpos com vítimas de outros veículos foram achados. "Eles estão mentindo para vocês. Já foram resgatadas vítimas de lá", afirmava Santos.
Não foi confirmado oficialmente o encontro de nenhuma das vítimas. O major do Corpo de Bombeiros Marco Aurélio Alves Pinto, responsável pela operação de escavações na obra do metro, acredita que a van esteja a 20 metros da boca da cratera, mas declarou ser difícil encontrar sobreviventes.
"Contudo, não descartamos a hipótese de acharmos pessoas com vida, até porque esse é nosso trabalho", disse o major.
Durante as escavações ontem, foram achados dois carros completamente destruídos. Segundo os bombeiros, só sobraram as rodas e a estrutura estava completamente prensada.
O diretor do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Vahan Agopyan, esteve no local do acidente e informou que o órgão cederia às construtoras um equipamento que consegue verificar a presença de metais a uma profundidade de até 80 m.
"Os radares que estão sendo utilizados [pelas construtoras para as buscas] não conseguem fazer isso porque tem muito escombro", afirmou o diretor.
Até o início da noite de ontem o aparelho ainda não tinha sido usado. (FÁBIO TAKAHASHI, CÁTIA SEABRA, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO,KLEBER THOMAZ E FABIANE LEITE)


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