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Risco de nova queda prejudica trabalho para achar vítimas
Bombeiros tiveram de suspender buscas pela parte debaixo do buraco; estimativa é que trabalho demore até uma semana
Instituto de Pesquisas Tecnológicas cedeu às construtoras equipamento que consegue verificar a presença de metais
DA REPORTAGEM LOCAL
Os riscos de novos desabamentos fizeram o Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar de
São Paulo interromper, ontem
às 13h, as buscas por vítimas
que realizava abaixo do nível da
futura Estação Pinheiros do
metrô, na zona oeste, após o
acidente da última sexta-feira.
Todos os trabalhos serão realizados por meio de escavações
pela parte de cima da cratera.
Equipes com seis homens dos
bombeiros trabalhavam ininterruptamente ontem. A expectativa dos bombeiros é que
os esforços tenham que continuar por até uma semana.
Para facilitar as buscas por
cima da cratera seriam escavadas plataformas no buraco, informaram ainda ontem as autoridades. Também seriam utilizados cabos de aço para busca
de veículos.
As famílias das possíveis vítimas aguardavam o resultado
dos trabalhos à distância, embaixo de uma tenda.
Os homens do Corpo de
Bombeiros acessaram o local
do acidente pelo buraco da futura estação Faria Lima e deslocaram-se aproximadamente
1 km para se aproximar do local
do desastre. Havia água na região do acidente, que batia na
altura do peito, e foi necessário
fazer uma drenagem antes dos
bombeiros se aproximarem.
Segundo o capitão Kleber
Nelson Castro, houve escavação, mas naquele ponto o túnel
já está completamente destruído. Além disso, não havia mais
onde colocar a terra retirada.
Havia forte cheiro de gasolina no local abaixo do acidente e
os bombeiros tiveram de utilizar máscaras de oxigênio para
suportar o cheiro.
Paulo Roberto dos Santos, diretor vice-presidente da Transcooper -cooperativa a qual
pertence a van desaparecida no
acidente -, afirmou que soube
pelos bombeiros que corpos
com vítimas de outros veículos
foram achados. "Eles estão
mentindo para vocês. Já foram
resgatadas vítimas de lá", afirmava Santos.
Não foi confirmado oficialmente o encontro de nenhuma
das vítimas. O major do Corpo
de Bombeiros Marco Aurélio
Alves Pinto, responsável pela
operação de escavações na obra
do metro, acredita que a van esteja a 20 metros da boca da cratera, mas declarou ser difícil
encontrar sobreviventes.
"Contudo, não descartamos a
hipótese de acharmos pessoas
com vida, até porque esse é
nosso trabalho", disse o major.
Durante as escavações ontem, foram achados dois carros
completamente destruídos. Segundo os bombeiros, só sobraram as rodas e a estrutura estava completamente prensada.
O diretor do IPT (Instituto
de Pesquisas Tecnológicas),
Vahan Agopyan, esteve no local
do acidente e informou que o
órgão cederia às construtoras
um equipamento que consegue
verificar a presença de metais a
uma profundidade de até 80 m.
"Os radares que estão sendo
utilizados [pelas construtoras
para as buscas] não conseguem
fazer isso porque tem muito escombro", afirmou o diretor.
Até o início da noite de ontem o aparelho ainda não tinha
sido usado.
(FÁBIO TAKAHASHI, CÁTIA SEABRA, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO,KLEBER THOMAZ E FABIANE LEITE)
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