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Maconha da mãe prejudica bebê
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
"É necessário desmentir a
concepção errônea de que a
maconha é uma "droga benigna" e educar as mulheres a
avaliar os riscos e as possíveis
conseqüências do uso durante
a gravidez", alertam pesquisadores da Unifesp/Escola Paulista de Medicina.
Na revista "The Journal of
Pediatrics", com o estudo
"Exposição à maconha durante a gravidez altera o comportamento neurológico no período neonatal imediato", a
professora Marina Carvalho
de Moraes Barros e colaboradores (Ruth Guinsburg, Clovis de Araújo Peres, Sandro
Mitsuhiro, Elisa Chalem e Ronaldo Ramos Laranjeira) relatam, com base na análise do
cabelo de 561 adolescentes e
da primeira descarga intestinal (mecônio) de seus respectivos filhos recém-nascidos,
ter detectado alterações neurológicas em 26 crianças
(4,6%) expostas à maconha.
Os bebês cujas mães, também
adolescentes, não consumiram maconha na gestação não
tiveram o problema.
No Brasil, em 2002, dos
3.059.402 nascimentos, 23%
eram de bebês com mães com
idades entre dez e 19 anos.
Nessa pesquisa, feita com a
ajuda do Hospital Maternidade Mário de Moraes Altenfelder Silva, dos 3.685 nascidos
no período estudado, 928
(25%) eram filhos de adolescentes, mas só 561 cumpriam
os critérios do estudo. O trabalho foi o editorial da revista.
julio@uol.com.br
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