VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos maiores e mais frequentados parques de São Paulo está com problemas de coleta há pelo menos duas semanas. No Ibirapuera, o lixo tem se acumulado pelas alamedas, bosques e gramados.
Segundo zeladores e serventes que ali trabalham, a empresa prestadora de serviços de limpeza passa por crise financeira e não tem cumprido as obrigações de manutenção.
A prefeitura confirma a versão. Segundo a Secretaria do Verde, o contrato com a Servimarc vence no final de fevereiro e não será renovado. Uma nova licitação deve ser aberta no dia 26 deste mês.
"A empresa está com dificuldade financeira e, nessa última semana, perdeu um pouco a mão. E aí o lixo se acumulou e gerou essa situação que estamos vendo aí", diz Hélio Neves, chefe-de-gabinete da Secretaria do Verde.
Com os carrinhos elétricos movidos à bateria quebrados, o lixo, guardado em sacos, não era retirado e ficava ali mesmo, com as lixeiras.
Às 13h de ontem, depois do questionamento da reportagem, um caminhão-caçamba passou a recolher os sacos de lixo amontoados à vista de todos nas principais vias do parque, mas o entulho permanecia acumulado nos caminhos vicinais e em pontos mais isolados, como nos bambuzais. Levado para um depósito a céu aberto próximo do portão cinco, o lixo deve ser recolhido pela Cavo, concessionária especializada em resíduos que faz a coleta na região.
"O parque não era assim. Era mais limpo", diz a professora Marta Vieira. "Tinha lixo até debaixo das árvores, estava acumulado perto das lixeiras", diz a vendedora ambulante Sílvia Coelho. "Está uma tristeza esse parque. Temos de limpar em duplas porque um só não dá conta", diz a servente Marisete.
Segundo a Secretaria do Verde, o contrato com a Servimarc é de R$ 280 mil mensais, e o pagamento está em dia.
Neves diz que a empresa foi multada, mas não diz quando nem em quanto. A Servimarc não quis comentar.

Colaborou CONRADO CORSALETTE, da Reportagem Local

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