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Em ano de crise, Caixa aumenta sorteios e prêmios de loterias
Mudanças anunciadas serão em seis loterias: Mega-Sena, Loteria Federal, Timemania, Quina, Lotofácil e Dupla Sena
O sorteio especial de final de ano da Mega-Sena, criado em 2008, terá um prêmio mínimo de R$ 60 mi e nova regra: não irá acumular
ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO
A partir deste ano, o sorteio
especial de final de ano da Mega-Sena, criado em 2008, terá
um prêmio mínimo de R$ 60
milhões e uma regra: o dinheiro
não irá acumular, como ocorreu em 31 de dezembro.
Se ninguém acertar as seis
dezenas, o valor será distribuído entre os apostadores que
acertarem mais dezenas (cinco
ou até quatro). Além disso, as
apostas para esse sorteio poderão ser feitas a partir de outubro. Essa foi uma das mudanças
anunciadas ontem pela Caixa
Econômica Federal em seis loterias federais, que basicamente terão aumento dos sorteios e
dos prêmios.
A Loteria Federal, em março,
deve ter uma extração especial
por mês, com prêmio principal
de R$ 1 milhão. Os outros prêmios da mais antiga modalidade de aposta também aumentarão para R$ 250 mil (às quartas) e R$ 600 mil (em três séries, no sábado). O sorteio especial de Natal saltará de R$ 3 milhões para R$ 4,8 milhões.
A Timemania deve contar, a
partir de junho, com dois sorteios semanais (quarta e sábado) e um percentual maior destinado ao prêmio (50%, contra
os atuais 40%). Também deve
haver um aumento para o prêmio do time do coração. A Quina deverá ter, no primeiro semestre, sorteios de segunda a
sábado. A Lotofácil deve contar, até o fim do ano, com três
sorteios por semana. A Dupla
Sena terá duas novas faixas de
premiação no primeiro sorteio,
para quem acertar quatro e cinco números.
Outra proposta da CEF, que
depende de aprovação no Congresso, é aumentar o "payout"
(taxa da arrecadação destinada
ao prêmio). O Brasil tem um
dos menores "payouts" do
mundo (30,52% na média). Na
Holanda, 60% do total apostado vai para os ganhadores; na
Argentina, 70%. A intenção da
CEF é elevar o índice para 50%,
reduzindo a taxa destinada a
programas sociais e entidades
não-governamentais.
"Quanto mais alto o prêmio,
mais pessoas apostam. A lógica
de ter um "payout" baixo para
ter uma distribuição entre projetos sociais é uma equação que
não é matematicamente verdadeira. Com "payout" mais alto, a
arrecadação é maior, e você
tem capacidade até de distribuir mais do que é distribuído
hoje [para programas sociais]",
diz Wellington Moreira Franco, vice-presidente de Fundos
de Governo e Loterias da CEF.
Aumento de apostas
Conforme divulgado ontem
pela CEF, a arrecadação com as
dez modalidades de loterias federais em 2008 foi de R$ 5,736
bilhões -10,51% a mais que em
2007 (R$ 5,191 bilhões).
Foram R$ 110 milhões em
apostas por semana. A distribuição de prêmios também foi
recorde: R$ 1,76 bilhão, 9,5% a
mais que em 2007. Com as mudanças anunciadas, a Caixa, segundo Moreira Franco, espera
arrecadar R$ 6,2 bilhões em
2009 com as loterias.
Neste ano, a Secretaria de
Acompanhamento Econômico
do Ministério da Fazenda estuda um possível reajuste do bilhete da Mega-Sena, para R$ 2.
A proposta foi rejeitada em
2008, quando o preço subiu de
R$ 1,50 para R$ 1,75.
A Mega-Sena permanece como a loteria favorita e, em
2008, respondeu por 41,72% do
montante arrecadado. Ela distribuiu R$ 715 milhões em prêmios para 659.761 ganhadores,
sendo que 37 pessoas acertaram as seis dezenas mais cobiçadas e faturaram prêmios não
inferiores a seis dígitos. Em julho, a Mega-Sena pagou o terceiro maior prêmio da história,
no valor de R$ 53 milhões.
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