São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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Em ano de crise, Caixa aumenta sorteios e prêmios de loterias

Mudanças anunciadas serão em seis loterias: Mega-Sena, Loteria Federal, Timemania, Quina, Lotofácil e Dupla Sena

O sorteio especial de final de ano da Mega-Sena, criado em 2008, terá um prêmio mínimo de R$ 60 mi e nova regra: não irá acumular

ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO

A partir deste ano, o sorteio especial de final de ano da Mega-Sena, criado em 2008, terá um prêmio mínimo de R$ 60 milhões e uma regra: o dinheiro não irá acumular, como ocorreu em 31 de dezembro.
Se ninguém acertar as seis dezenas, o valor será distribuído entre os apostadores que acertarem mais dezenas (cinco ou até quatro). Além disso, as apostas para esse sorteio poderão ser feitas a partir de outubro. Essa foi uma das mudanças anunciadas ontem pela Caixa Econômica Federal em seis loterias federais, que basicamente terão aumento dos sorteios e dos prêmios.
A Loteria Federal, em março, deve ter uma extração especial por mês, com prêmio principal de R$ 1 milhão. Os outros prêmios da mais antiga modalidade de aposta também aumentarão para R$ 250 mil (às quartas) e R$ 600 mil (em três séries, no sábado). O sorteio especial de Natal saltará de R$ 3 milhões para R$ 4,8 milhões.
A Timemania deve contar, a partir de junho, com dois sorteios semanais (quarta e sábado) e um percentual maior destinado ao prêmio (50%, contra os atuais 40%). Também deve haver um aumento para o prêmio do time do coração. A Quina deverá ter, no primeiro semestre, sorteios de segunda a sábado. A Lotofácil deve contar, até o fim do ano, com três sorteios por semana. A Dupla Sena terá duas novas faixas de premiação no primeiro sorteio, para quem acertar quatro e cinco números.
Outra proposta da CEF, que depende de aprovação no Congresso, é aumentar o "payout" (taxa da arrecadação destinada ao prêmio). O Brasil tem um dos menores "payouts" do mundo (30,52% na média). Na Holanda, 60% do total apostado vai para os ganhadores; na Argentina, 70%. A intenção da CEF é elevar o índice para 50%, reduzindo a taxa destinada a programas sociais e entidades não-governamentais.
"Quanto mais alto o prêmio, mais pessoas apostam. A lógica de ter um "payout" baixo para ter uma distribuição entre projetos sociais é uma equação que não é matematicamente verdadeira. Com "payout" mais alto, a arrecadação é maior, e você tem capacidade até de distribuir mais do que é distribuído hoje [para programas sociais]", diz Wellington Moreira Franco, vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da CEF.

Aumento de apostas
Conforme divulgado ontem pela CEF, a arrecadação com as dez modalidades de loterias federais em 2008 foi de R$ 5,736 bilhões -10,51% a mais que em 2007 (R$ 5,191 bilhões).
Foram R$ 110 milhões em apostas por semana. A distribuição de prêmios também foi recorde: R$ 1,76 bilhão, 9,5% a mais que em 2007. Com as mudanças anunciadas, a Caixa, segundo Moreira Franco, espera arrecadar R$ 6,2 bilhões em 2009 com as loterias.
Neste ano, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda estuda um possível reajuste do bilhete da Mega-Sena, para R$ 2. A proposta foi rejeitada em 2008, quando o preço subiu de R$ 1,50 para R$ 1,75.
A Mega-Sena permanece como a loteria favorita e, em 2008, respondeu por 41,72% do montante arrecadado. Ela distribuiu R$ 715 milhões em prêmios para 659.761 ganhadores, sendo que 37 pessoas acertaram as seis dezenas mais cobiçadas e faturaram prêmios não inferiores a seis dígitos. Em julho, a Mega-Sena pagou o terceiro maior prêmio da história, no valor de R$ 53 milhões.


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