São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Para Alckmin, Sabesp acertou ao abrir comportas na Grande SP

Governador diz que levantamento mostrou que ação em Franco da Rocha evitou danos piores

Especialista no tema concorda que não havia alternativa para a Sabesp; outro, professor da USP, discorda


JOSÉ BENEDITO DA SILVA
CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) isentou ontem a Sabesp de irregularidade na abertura das comportas da represa Paiva Castro, que agravou a cheia em Franco da Rocha (47 km de SP).
Ele disse ter pedido ao secretário Edson Giriboni (Saneamento) que "checasse todos os procedimentos adotados pela Sabesp", que elevou a liberação de água de 1 m3/s por segundo para 80 m3/s nesta semana após a chuva.
"Ele [Giriboni] já confirmou que todo o protocolo foi seguido. A Sabesp não passou de 1 m3/s para 80 m3/s de uma vez. Quando o nível da represa chegou a 97%, não tinha mais como manter."
A Sabesp diz que, se não abrisse as comportas, a barragem poderia ter se rompido e que a represa recebe muito mais água do que libera e ajuda a minimizar os impactos de uma enchente que ocorreria de qualquer jeito.
Para o especialista em segurança de barragens Rogério Menescal, o argumento é coerente. "A barragem já amortece e retarda a cheia. A cheia é um evento natural para aquele rio. O uso e ocupação desordenado do leito do rio é que potencializam o problema."
Já o professor da USP Paulo Sinisgalli, especialista em gestão de recursos hídricos, diz: "Poderia ter começado a baixar o nível desde novembro, para ter uma capacidade maior de armazenamento, não ter que ampliar a vazão de um dia para o outro."
Ontem, a Sabesp reduziu a vazão para 5 m3/s, porque a capacidade da barragem já estava em 71%.

PISCINÕES
Ontem, durante visita do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, Alckmin fez pedidos para construir nove piscinões, quatro em Franco da Rocha.
Alckmin também pediu ao ministro a "agilização" da liberação de verbas pelo PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento) para construir ainda neste ano quatro piscinões na Grande SP, sendo três na região do ABC.
O governador também vai apresentar um projeto ao ministério para um piscinão na Penha (zona leste), orçado em R$ 200 milhões.

OUTRAS CIDADES
A represa de Jaguari-Jacareí também teve as comportas abertas, anteontem, passando de 0,4 m3/s para cem vezes mais que isso -mas ainda dentro do valor permitido de vazão de 100 m3/s. Bairros de Jaguariúna e Pedreira alagaram.
Atibaia, onde não houve abertura de comportas, continuou alagada ontem.


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