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Na zona leste, morador faz ponte
de madeira para sair de casa
Kassab disse que ocupação irregular é "ponto nevrálgico" das cheias
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
Nas ruas da Vila Itaim (zona leste de São Paulo), a água
que invadiu ruas e casas na
noite de segunda-feira ainda
não havia baixado ontem.
Colchões de ar e até um
caiaque serviam de barco para ajudar moradores a transitar pela água e a retirar equipamentos eletrônicos.
Alguns, entretanto, tiveram que adiar compromissos. A aposentada Maria Rosa de Camargo, 63, perdeu
uma consulta que havia marcado há três meses no Incor.
"Não consegui ir porque
não pude passar pela água.
Tenho uma varicose na perna que poderia infeccionar."
Muitos relatavam que estavam desde segunda-feira
sem ir ao trabalho. "Com a vila toda vazia, não tenho como sair. Tenho medo que entrem em casa e saqueiem. No
ano passado, roubaram até
as telhas de algumas casas",
diz Ismael Oliveira, 28.
Há moradores construindo pontes de madeira para
poder sair de casa. Um deles
é o artesão Sebastião Lira Bezerra, 45. A rua e o quintal da
casa ficaram alagados, com
água até a cintura.
"Em março do ano passado, fiz a ponte também. Fiquei com ela com mais de 15
dias na porta de casa. É para
tentar evitar muito tempo em
contato com essa água suja."
OCUPAÇÃO
O prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab (DEM), disse
ontem que o "ponto nevrálgico" das enchentes são as
ocupações irregulares nas
áreas de risco e nas várzeas
dos rios. Da Vila Itaim, serão
removidas, segundo ele, cerca de 500 famílias.
No local, não há previsão
de construção de um dique,
como o do Jardim Romano.
"No Itaim, é uma comunidade menor, em situações
bem menos desfavoráveis."
A região fará parte do Parque
Várzeas do Tietê, que, segundo ele, vai ser importante para a drenagem da cidade.
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