São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Vizinhos reclamam de troca de área no Itaim por creches

Prefeitura de SP planeja entregar terreno em bairro nobre a incorporador que oferecer a contrapartida

Moradores dizem que, para construir creches, prefeitura tem outras alternativas sem prejudicar o terreno

JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO

Moradores do Itaim Bibi (zona sul de SP) querem impedir que a prefeitura entregue um terreno de 20 mil m2, avaliado em pelo menos R$ 300 milhões, a algum comprador disposto a fazer ao menos 200 creches em regiões carentes de vagas.
Hoje, o local abriga duas escolas, um posto de saúde, um Caps (Centro de Apoio Psicossocial), uma biblioteca, um teatro e uma Apae.
O terreno, que ocupa quase uma quadra inteira na avenida Horácio Lafer, tem árvores frondosas, construções baixas e garante uma vista privilegiada aos edifícios de alto padrão que o circundam.
Caso a troca seja concretizada, o local, que não é aberto à circulação pública, pode ganhar empreendimentos de até 40 mil m2. Os moradores reclamam que perderão a vista da atual área verde e o trânsito pode piorar.
"Essa ideia de que área nobre não precisa de equipamento público é ridícula. Imagine se o prefeito de Nova York resolvesse trocar o Central Park por escola?", diz Marcelo Motta, presidente interino da Saibibi (Sociedade Amigos do Itaim Bibi).
Uma comissão técnica que inclui arquiteto e contratada pelos moradores vai tentar mostrar a importância urbanística do local. No dia 15, haverá uma reunião e os moradores vão definir se entram na Justiça para tentar impedir a venda.

QUEIXAS
A prefeitura diz que as escolas e outros equipamentos do local deverão ser abrigados no prédio a ser construído por quem vencer a concorrência.
A prefeitura espera uma oferta para construção de 200 creches com 160 vagas cada uma, totalizando 32 mil novas vagas.
Há preocupação, contudo, na escola Tide Setubal, que fica no terreno. No portão, há um cartaz pedindo que pais de alunos assinem um documento "contra a derrubada da nossa escola".
Muitos dos alunos, diz uma professora, são moradores da favela de Paraisópolis São levadas pelas mães que trabalham na região em serviços domésticos.


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