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Vizinhos reclamam de troca de área no Itaim por creches
Prefeitura de SP planeja entregar terreno em bairro
nobre a incorporador que oferecer a contrapartida
Moradores dizem que, para construir creches, prefeitura tem outras alternativas sem prejudicar o terreno
JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO
Moradores do Itaim Bibi
(zona sul de SP) querem impedir que a prefeitura entregue um terreno de 20 mil m2,
avaliado em pelo menos R$
300 milhões, a algum comprador disposto a fazer ao
menos 200 creches em regiões carentes de vagas.
Hoje, o local abriga duas
escolas, um posto de saúde,
um Caps (Centro de Apoio
Psicossocial), uma biblioteca, um teatro e uma Apae.
O terreno, que ocupa quase uma quadra inteira na avenida Horácio Lafer, tem árvores frondosas, construções
baixas e garante uma vista
privilegiada aos edifícios de
alto padrão que o circundam.
Caso a troca seja concretizada, o local, que não é aberto à circulação pública, pode
ganhar empreendimentos de
até 40 mil m2. Os moradores
reclamam que perderão a
vista da atual área verde e o
trânsito pode piorar.
"Essa ideia de que área nobre não precisa de equipamento público é ridícula.
Imagine se o prefeito de Nova
York resolvesse trocar o Central Park por escola?", diz
Marcelo Motta, presidente interino da Saibibi (Sociedade
Amigos do Itaim Bibi).
Uma comissão técnica que
inclui arquiteto e contratada
pelos moradores vai tentar
mostrar a importância urbanística do local. No dia 15, haverá uma reunião e os moradores vão definir se entram
na Justiça para tentar impedir a venda.
QUEIXAS
A prefeitura diz que as escolas e outros equipamentos
do local deverão ser abrigados no prédio a ser construído por quem vencer a concorrência.
A prefeitura espera uma
oferta para construção de
200 creches com 160 vagas
cada uma, totalizando 32 mil
novas vagas.
Há preocupação, contudo,
na escola Tide Setubal, que
fica no terreno. No portão, há
um cartaz pedindo que pais
de alunos assinem um documento "contra a derrubada
da nossa escola".
Muitos dos alunos, diz
uma professora, são moradores da favela de Paraisópolis
São levadas pelas mães que
trabalham na região em serviços domésticos.
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