São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Graduação em engenharia cresce 67% em cinco anos

Levantamento do Ministério da Educação mostra aumento de 33 mil para 55 mil formandos por ano entre 2004 e 2009

Apesar do crescimento, mercado afirma que volume é insuficiente para atender demanda, que seria de 80 mil/ano


DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA


Levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Educação mostra que o número de formados na área de engenharia cresceu 67% em cinco anos -após quase duas décadas de estagnação.
O mercado diz, porém, que o volume ainda é insuficiente para atender a demanda.
De acordo com o Censo da Educação Superior, o número de concluintes no setor subiu de 33 mil para 55 mil entre 2004 e 2009.
Mas, mesmo com o crescimento, o Brasil está muito atrás de outros países em desenvolvimento, como a Coreia do Sul (80 mil).
Devido à carência na área, empresas acabam contratando estrangeiros.
Segundo Nival Nunes de Almeida, da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia, o Brasil precisaria formar 80 mil engenheiros/ ano, de acordo com um estudo feito com a Confederação Nacional da Indústria.
Almeida ressalta que parte dos engenheiros vai para o mercado financeiro e não para o setor produtivo.

DEMANDA ALTA
Responsável pela área técnica do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de São Paulo, Helcio Farias afirma que o aumento de formados na área é positivo.
No entanto, diz, a demanda cresce mais rapidamente.
Os dados oficiais mostram que, além da quantidade, há também o desafio de melhorar a qualidade.
A última avaliação mostrou que um em cada quatro engenheiros se forma em curso reprovado.

ESTAGNAÇÃO
O censo do Ministério da Educação confirmou que há uma tendência de aumento de concluintes para lecionar matérias carentes no ensino básico (física, química, biologia e matemática), conforme informou a Folha em setembro -mesmo que em uma quantidade insuficiente.
Outra constatação presente no levantamento é que o ritmo de crescimento universitário perdeu força, ainda que cerca de apenas 15% dos jovens estejam no ensino superior. A meta do governo é chegar a 33% até 2022.
A comparação com dados dos anos anteriores, no entanto, foi prejudicada, pois o MEC tornou mais rígida a coleta de informações.
"O panorama não é bom. Há 40 mil vagas públicas ociosas e 1,6 milhão na rede privada. O governo precisa atuar para preenchê-las", disse Oscar Hipólito, do Instituto Lobo e ex-diretor da USP-São Carlos. (FÁBIO TAKAHASHI, FABIANA REWALD, PATRÍCIA GOMES E ANGELA PINHO)

FOLHA.com
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