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ADMINISTRAÇÃO
Despesa de R$ 4.000 é paga desde janeiro, mas estrutura só começará a ser usada a partir de março
Marta monta escritório de lobby no DF
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo desembolsa desde janeiro R$ 4.000
por mês para manter um escritório em Brasília -a 1.015 km da sede da administração.
A despesa -R$ 2.500 com o
aluguel e R$ 1.500 com o condomínio do imóvel- ainda será
acrescida de salário para cerca de
seis funcionários e outros gastos,
como transporte dos servidores.
Os custos com aluguel e condomínio estão correndo desde 3 de
janeiro, quando a prefeitura acertou a locação de uma sala de 80 m2
no edifício Central Park, na Asa
Norte, segundo a empresa Rodolfo Imóveis.
A previsão da prefeitura, no entanto, é iniciar as atividades do escritório em Brasília somente a
partir do mês que vem.
É a primeira vez que a administração adere à estratégia de ter
funcionários na capital federal para fazer lobby, prática adotada
por Estados pelo menos desde o
governo de José Sarney (85-90). A
prefeitura do Rio também mantém representantes na capital.
Funcionários
No caso da administração Marta Suplicy (PT), o método não havia sido usado nem sequer durante o governo Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), época em que a
petista fazia reiteradas reclamações por ter verbas no Orçamento
-para enchentes, por exemplo- que não eram liberadas.
O objetivo de ter um escritório
em Brasília agora, diz a Secretaria
de Governo, é ter "funcionários
de confiança" para acompanhar a
liberação de verbas da União para
a cidade, buscar recursos e analisar eventuais parcerias que possam ser firmadas pela prefeitura
com ministérios e secretarias.
Secretários e a prefeita Marta
poderão usar a sala quando viajarem a Brasília.
O contrato de locação foi feito
por um ano e poderá ser renovado, de acordo com a imobiliária
que fechou o negócio.
Procurada ontem pela Folha, a
Secretaria de Governo informou
que a despesa com o aluguel da
sala -identificada pela prefeitura
como "escritório de representação"- seria de cerca de R$ 2.000.
Ainda segundo a secretaria, pelo menos seis funcionários devem
trabalhar no escritório, incluindo
contínuo e secretária. Como as
nomeações não foram feitas ainda, não há previsão do total que
será gasto com pessoal.
Além de aluguel, condomínio e
pessoal, a prefeitura, como locatária do imóvel, vai ter de pagar o
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) do imóvel e arcar
com as despesas das cinco linhas
telefônicas instaladas na sala.
Como o carnê do IPTU é entregue no imóvel, a imobiliária não
soube informar ontem o valor do
imposto que terá de ser pago.
O escritório, que fica em um
edifício de 20 andares em uma
área comercial de Brasília, tem
três vagas na garagem e é semimobiliado, segundo a empresa
que fez a locação. Na sala, há mesas, cadeiras e computador, segundo a Rodolfo Imóveis.
Reuniões
A prefeita Marta Suplicy viaja
hoje a Brasília, onde tem encontros agendados com os ministros
Márcio Thomaz Bastos (Justiça),
José Dirceu (Casa Civil) e Antônio
Palocci (Fazenda).
Ao ministro da Justiça, a prefeita e o secretário Benedito Mariano
(Segurança) pedirão recursos para compra de veículos, uniformes
e outros materiais para a Guarda
Civil Metropolitana.
A pauta dos encontros com Dirceu e Palocci não foi divulgada pela administração. Segundo a prefeitura, com os dois ministros a
prefeita tratará de "assuntos de
interesse da cidade".
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