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São Paulo, sexta-feira, 14 de fevereiro de 2003

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EDUCAÇÃO

Censo mostra que 99% desses estudantes estão em universidades públicas

Ensino virtual já atinge 84 mil alunos

JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA

O Brasil tem atualmente 84.713 pessoas que cursam o ensino superior por meios virtuais, nas chamadas universidades a distância. Diante dos escassos investimentos feitos nessa modalidade de ensino no país, o número é representativo, segundo a Unesco.
O dado é do primeiro censo feito no país sobre o tema, a ser divulgado hoje em um seminário realizado pelo Iesalc (Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América e no Caribe), no Equador.
Até o fim de 2002, 33 instituições públicas e privadas brasileiras ofereciam 60 cursos de graduação e pós-graduação sem que o aluno precisasse sentar nos bancos universitários diariamente.
"O número total de alunos [que estudam virtualmente", ainda que modesto diante do contingente de pessoas matriculadas no ensino presencial [cerca de 3 milhões, segundo o MEC", tem significativa importância. No Brasil, não houve investimento público ou privado para a criação de universidades a distância nas décadas de 70 e 80", disse João Vianney, diretor de Educação a Distância da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) e coordenador do levantamento.
De acordo com o censo, 54.757 pessoas frequentavam cursos virtuais autorizados pelo MEC e outros 21.141 estavam em cursos credenciados por conselhos estaduais de educação. Os demais estudantes acompanham cursos em fase final de credenciamento.
A Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) concentra o maior número de alunos virtuais na graduação -14.320- e a Ufla (Universidade Federal de Lavras) lidera o ranking de inscritos na pós-graduação -8.500 alunos.
Dos inscritos em cursos a distância, 99% estudam em universidades públicas e metade dos alunos está matriculada nos cursos de pedagogia, normal superior, magistério e educação básica.
Na pós-graduação, os cursos voltados para a área de saúde concentram o maior público.
"A única possibilidade de ampliar a cobertura da educação superior é a partir do desenvolvimento da educação virtual. As limitações de investimentos públicos restringem o acesso ao ensino superior, assim como as restrições financeiras das próprias famílias, as dificuldades impostas pelo trabalho e as distâncias físicas", declarou Cláudio Rama, diretor-geral do Iesalc.
O censo revelou também as formas utilizadas para a transmissão do conhecimento nas universidades a distância. A troca de mensagens eletrônicas, as visitas a ambientes virtuais e as aulas on-line são os mecanismos mais usados. As teleconferências, videoconferências e fitas de videocassete, porém, ainda são amplamente úteis.
Segundo o MEC, a taxa de evasão dos cursos virtuais é menor do que a dos cursos tradicionais.


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