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Em missa de 7º dia, irmã de João Hélio pede "justiça"
Protegidos por cordão de isolamento, pais do menino não falaram à imprensa
Cerca de 600 pessoas compareceram à missa, no Rio; grande parte dos presentes não conhecia o menino nem a família dele
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Cerca de 600 pessoas foram
ontem à noite na igreja Divino
Salvador, em Piedade (zona
norte do Rio), à missa de sétimo
dia do menino João Hélio Fernandes Vieites, 6.
Os pais Rosa Cristina Fernandes Vieites e Elson Lopes
Vieites, e a irmã Aline, 14, choraram em diversos momentos
da missa. Evitando a imprensa,
eles ficaram na sala paroquial
até o inicio da missa, para onde
voltaram minutos antes do fim.
Havia também um cordão de
isolamento protegendo os pais,
que não falaram.
A única frase dita por Aline
foi: "Justiça! Justiça", ao ser
questionada sobre o que espera
para os criminosos. A avó de
João, Maria Florindo Fernandes, muito emocionada, disse
apenas querer o neto de volta.
Grande parte dos presentes
não conhecia o menino nem a
família. Era gente como a aposentada Elcy Correia Camargo,
64, que veio do Engenho de
Dentro apenas prestar solidariedade. Ela não costuma freqüentar a igreja, mas leu no jornal que ali seria celebrada a homenagem ao pequeno João.
"Sou mãe e sou avó. Esse é o
momento de se unir em oração
e pedir que eles [a família] tenham paz no coração."
Violência próxima
A bancária Isabel de Souza,
40, também não os conhecia,
mas a filha, Bianca, 12, estudava
na Criança e Cia., escolinha que
João freqüentava. "Eu me lembro de diversas vezes parar
meu carro atrás do dela [Rosa]
esperando ele [João] descer.
Vim aqui hoje porque isso poderia acontecer com qualquer
um de nós. A gente nunca acha
que a violência é tão próxima
até conhecermos uma vítima."
Toda de preto, ela recebeu
uma corrente virtual no banco
em que trabalha pedindo que
todos usassem preto em memória do menino.
Cerca de cem pessoas usavam uma camisa com a foto de
João e a inscrição: "Um anjo
pela paz. Saudades eternas".
Um cartaz feito pela escola dizia: "Que não seja em vão".
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