São Paulo, quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

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Em missa de 7º dia, irmã de João Hélio pede "justiça"

Protegidos por cordão de isolamento, pais do menino não falaram à imprensa

Cerca de 600 pessoas compareceram à missa, no Rio; grande parte dos presentes não conhecia o menino nem a família dele

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 600 pessoas foram ontem à noite na igreja Divino Salvador, em Piedade (zona norte do Rio), à missa de sétimo dia do menino João Hélio Fernandes Vieites, 6.
Os pais Rosa Cristina Fernandes Vieites e Elson Lopes Vieites, e a irmã Aline, 14, choraram em diversos momentos da missa. Evitando a imprensa, eles ficaram na sala paroquial até o inicio da missa, para onde voltaram minutos antes do fim. Havia também um cordão de isolamento protegendo os pais, que não falaram.
A única frase dita por Aline foi: "Justiça! Justiça", ao ser questionada sobre o que espera para os criminosos. A avó de João, Maria Florindo Fernandes, muito emocionada, disse apenas querer o neto de volta.
Grande parte dos presentes não conhecia o menino nem a família. Era gente como a aposentada Elcy Correia Camargo, 64, que veio do Engenho de Dentro apenas prestar solidariedade. Ela não costuma freqüentar a igreja, mas leu no jornal que ali seria celebrada a homenagem ao pequeno João. "Sou mãe e sou avó. Esse é o momento de se unir em oração e pedir que eles [a família] tenham paz no coração."

Violência próxima
A bancária Isabel de Souza, 40, também não os conhecia, mas a filha, Bianca, 12, estudava na Criança e Cia., escolinha que João freqüentava. "Eu me lembro de diversas vezes parar meu carro atrás do dela [Rosa] esperando ele [João] descer. Vim aqui hoje porque isso poderia acontecer com qualquer um de nós. A gente nunca acha que a violência é tão próxima até conhecermos uma vítima."
Toda de preto, ela recebeu uma corrente virtual no banco em que trabalha pedindo que todos usassem preto em memória do menino.
Cerca de cem pessoas usavam uma camisa com a foto de João e a inscrição: "Um anjo pela paz. Saudades eternas". Um cartaz feito pela escola dizia: "Que não seja em vão".


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