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Grupo de extermínio teria elo com bicheiros, afirma polícia
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Corregedoria da Polícia
Militar e o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil,
investigam a possibilidade de
que PMs que fazem parte de
um suposto grupo de extermínio na zona norte de São Paulo
e ameaçam oficiais de morte
também prestem serviços para
o jogo do bicho na região.
No mês passado, três policiais militares foram presos por
suspeita de envolvimento na
morte do coronel José Hermínio Rodrigues, 48, comandante
da PM na área norte da capital.
Ele, que apurava a participação
de PMs em homicídios e chacinas naquela região, foi assassinado com seis tiros quando, em
férias, passeava de bicicleta.
De acordo com um dos membros da investigação sobre a
morte do coronel Rodrigues,
PMs fazem "bicos" de segurança pessoal a um grupo criminoso que controla o jogo do bicho
na zona norte. Quem vive dessa
atividade comete uma contravenção penal: estabelecer ou
explorar jogo de azar.
Ainda segundo esse policial
que investiga quem matou o coronel Rodrigues, os PMs trabalhariam para o grupo do Boneco, tido como chefe do jogo do
bicho no local. Esse grupo explora a atividade principalmente no bairro da Casa Verde, onde possui, pelo menos, três
"bancas de apostas" identificadas pela investigação.
A relação dos PMs com o jogo
do bicho funcionaria assim: policiais fariam vistas grossas ao
jogo ilegal, além de prestarem
segurança aos chefes do negócio e às "bancas". Em troca, os
PMs exigiriam propina para
não acabar com o jogo.
O acordo também incluiria a
possibilidade de "solicitar",
mediante pagamento, que PMs
matem seus desafetos. Integrantes de um grupo rival que
controlava o jogo do bicho na
zona norte foram mortos em
2007. Rodrigues investigava a
participação de PMs nesses homicídios e em chacinas, tendo
sido morto por subordinados.
Policiais Militares do 5º, 9º,
18º e 43º Batalhão estão sob
suspeita. Cartuchos de projéteis disparados por uma mesma pistola 380 mm foram encontrados em uma chacina na
zona norte, ocorrida em junho,
e na cena do crime contra o coronel Rodrigues.
Uma denúncia anônima levou a Corregedoria da PM a investigar um ex-PM como sendo
o atirador que matou Rodrigues, em 16 de janeiro.
A corregedoria foi procurada
para comentar o assunto, mas
informou que isso seria feito
por meio da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São
Paulo, o que não ocorreu até o
fechamento desta edição.
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