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PF é acusado de atirar em placa e matar menina
Aline Neves, 11, que mora às margens de uma rodovia, foi atingida dentro do quarto onde dormia
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Dois policiais federais são
suspeitos de ter matado com
um tiro uma menina de 11 anos
em Ibirama (210 km de Florianópolis) na madrugada de domingo. Aline Ribeiro das Neves
foi atingida por uma bala perdida no quarto onde dormia. A
bala perfurou a janela e atingiu
uma mão e o peito da menina,
que morreu instantes depois.
Segundo o delegado Almiro
da Costa, responsável pelo inquérito, a polícia investiga se os
dois policiais transitavam por
uma rodovia estadual entre Ibirama e Presidente Getúlio (SC-412) atirando em placas de sinalização. A casa da menina fica às margens da rodovia.
Costa diz que há testemunhas que viram, horas antes,
dois policiais federais em um
show sertanejo em Ituporanga,
município vizinho, exibindo
suas armas, atirando para o alto
e consumindo bebida alcoólica.
Ontem, em Florianópolis, os
dois agentes que confirmaram
ter transitado pela rodovia perto da casa da vítima prestaram
depoimento na superintendência da Polícia Federal.
Eles negaram que estivessem
embriagados ou dando tiros em
placas. O agente Celso Azouty
Telles de Aguiar, 29, e o papiloscopista Tiago Boren Sfredo,
28, segundo o delegado, disseram que transitavam em um
carro da PF de volta ao hotel,
em Presidente Getúlio.
Eles contaram que usaram
suas armas para revidar tiros
disparados contra eles por um
motoqueiro que fugiu.
As armas foram apresentadas ontem e serão periciadas. O
resultado do teste de balística
deve sair em até 15 dias.
A Folha procurou o defensor
dos policiais em Florianópolis,
mas, segundo uma funcionária
que se identificou por Caroline,
o advogado Paulo Cesar
Schmidt havia viajado e ela não
tinha o número do celular.
A assessoria de comunicação
da PF, em Brasília, informou
que foi aberto processo administrativo disciplinar.
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