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Assassinatos caem após prisão de 12 PMs
Os policiais são suspeitos de integrar grupo de extermínio que age no extremo sul e decapita as vítimas
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a prisão no mês passado
de 12 policiais militares investigados sob a suspeita de integrar
o grupo de extermínio "Highlanders" (porque as vítimas
eram decapitadas), os assassinatos nas cidades fronteiriças
de bairros do extremo sul da capital nos quais atuavam os PMs
caíram 35%, na comparação
entre janeiro de 2008 com o
mesmo mês deste ano.
Em janeiro de 2008, 14 pessoas foram mortas em Itapecerica da Serra, Taboão da Serra,
Embu, Embu Guaçu, Juquitiba
e São Lourenço da Serra. Já em
janeiro deste ano, mês da prisão dos 12 PMs, as seis cidades
tiveram nove assassinatos.
A Polícia Civil investiga se a
queda nos assassinatos nessas
cidades fronteiriças com o extremo sul da capital tem relação direta com a prisão dos
PMs, que eram do 37º Batalhão
e patrulhavam vários bairros
daquela área da cidade.
A principal suspeita é a de
que os policiais militares sequestravam, torturavam, matavam e decapitavam suas vítimas em áreas da zona sul atendidas pelo 37º Batalhão e depois, para evitar cobranças de
seus superiores por causa dos
índices de criminalidade e para
dificultar a investigação, jogavam os corpos de suas vítimas
em cidades vizinhas.
Entre abril e outubro de
2008, conforme revelou a Folha ano passado, cincos homens foram encontrados decapitados em uma mesma avenida de Itapecerica da Serra.
Comerciante suspeito
Além dos 12 PMs presos, a
Polícia Civil investiga a suposta
participação do comerciante
Antonio Alcenir Teixeira de
Oliveira, conhecido como Facão, nas mortes que são atribuídas aos policiais militares.
Oliveira é dono da loja de
conveniência Rota 47, onde os
PMs se reuniam. Segundo a
apuração, Oliveira é suspeito de
passar informações sobre pessoas que os PMs acreditavam
ser da facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital) e que seriam alvos potenciais dos policiais.
Semana passada, um machado e facas foram apreendidas
em um poço localizado perto da
loja de Oliveira. As armas são
investigadas para descobrir se
foram usadas nas decapitações.
A Folha não conseguiu localizar Oliveira ontem.
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