São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2009

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Assassinatos caem após prisão de 12 PMs

Os policiais são suspeitos de integrar grupo de extermínio que age no extremo sul e decapita as vítimas

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a prisão no mês passado de 12 policiais militares investigados sob a suspeita de integrar o grupo de extermínio "Highlanders" (porque as vítimas eram decapitadas), os assassinatos nas cidades fronteiriças de bairros do extremo sul da capital nos quais atuavam os PMs caíram 35%, na comparação entre janeiro de 2008 com o mesmo mês deste ano.
Em janeiro de 2008, 14 pessoas foram mortas em Itapecerica da Serra, Taboão da Serra, Embu, Embu Guaçu, Juquitiba e São Lourenço da Serra. Já em janeiro deste ano, mês da prisão dos 12 PMs, as seis cidades tiveram nove assassinatos.
A Polícia Civil investiga se a queda nos assassinatos nessas cidades fronteiriças com o extremo sul da capital tem relação direta com a prisão dos PMs, que eram do 37º Batalhão e patrulhavam vários bairros daquela área da cidade.
A principal suspeita é a de que os policiais militares sequestravam, torturavam, matavam e decapitavam suas vítimas em áreas da zona sul atendidas pelo 37º Batalhão e depois, para evitar cobranças de seus superiores por causa dos índices de criminalidade e para dificultar a investigação, jogavam os corpos de suas vítimas em cidades vizinhas.
Entre abril e outubro de 2008, conforme revelou a Folha ano passado, cincos homens foram encontrados decapitados em uma mesma avenida de Itapecerica da Serra.

Comerciante suspeito
Além dos 12 PMs presos, a Polícia Civil investiga a suposta participação do comerciante Antonio Alcenir Teixeira de Oliveira, conhecido como Facão, nas mortes que são atribuídas aos policiais militares.
Oliveira é dono da loja de conveniência Rota 47, onde os PMs se reuniam. Segundo a apuração, Oliveira é suspeito de passar informações sobre pessoas que os PMs acreditavam ser da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e que seriam alvos potenciais dos policiais.
Semana passada, um machado e facas foram apreendidas em um poço localizado perto da loja de Oliveira. As armas são investigadas para descobrir se foram usadas nas decapitações. A Folha não conseguiu localizar Oliveira ontem.


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