São Paulo, terça-feira, 14 de março de 2006

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Para general, resultado é "muito bom"

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Onze dias após o início das operações do Exército no Rio, o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, general Hélio Chagas de Macedo Júnior, classificou ontem de "muito bom" o resultado das ações militares.
A avaliação foi feita na primeira entrevista coletiva dada por um militar de alto escalão, após o início das operações no dia 3.
Desde a data, militares realizaram, sem sucesso, operações em 12 favelas do Rio para encontrar dez fuzis e uma pistola roubadas naquela madrugada de um quartel do Exército, em São Cristóvão.
Ao ser questionado pela Folha sobre como qualificaria a ação do Exército no Rio, se como "ótima, boa ou fracassada", o general disse: "Não sei como avaliar. Ótimo seria se encontrasse as armas. Mas o resultado como comentamos antes...Pode ser muito bom? Então, considero muito bom", disse, referindo-se aos números anunciados anteriormente pelo secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba.
Pouco antes, o secretário havia informado que foram apreendidas 228 armas, 13 pessoas morreram após resistir a ação policial, além de 38 apreensões de drogas, do dia 3 até o último domingo no Rio. Segundo Itagiba, as apreensões foram obtidas em operações "em conjunto ou em paralelo" com o Exército nestes dias. Ou seja, o balanço do secretário inclui toda a ação das polícias do Rio, não somente nas 12 favelas que chegaram a ter tropas do Exército.
O general justificou a boa avaliação feita da ação do Exército no Rio "a vários itens levantados da nossa cidade". "Tanto a aceitabilidade quanto [a queda] dos índices de criminalidade, de roubo de carros mostram isso. Os índices da segurança pública certamente foram muito positivos", disse.
Até ontem, um adolescente morreu e quatro pessoas ficaram feridas durante as operações.
Feito um balanço da primeira fase de operações, em que a tentativa era conseguir informações sobre as armas sufocando o tráfico nos morros e impondo-lhe pesados prejuízos, a conclusão do governo federal, segundo a Folha apurou, é que houve erro na montagem da estratégia.
Agora, a idéia é que as tropas passem a se movimentar de acordo com as novas investigações. Ontem, 400 militares ocuparam ontem os acessos da favela do Dendê e da Vila dos Pinheiros.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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