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Barradas terão que ficar 6 dias em aeroporto
Duas brasileiras, impedidas de entrar na Espanha ao chegar a Madri, terão que esperar até domingo para voltar ao Brasil
Desde segunda-feira, elas estão retidas na "sala dos retornados", onde já tiveram que dividir as camas com outras pessoas barradas
RAQUEL MALDONADO
CARLOS IAVELBERG
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MADRI
Seis dias. Esse é o período
que duas brasileiras impedidas
de entrar na Espanha terão de
"viver" no aeroporto de Madri
antes de voltar ao Brasil. Embora a lei espanhola não permita que uma pessoa fique nessas
condições por mais de 72 horas,
ambas só têm o regresso previsto para o próximo domingo.
Segundo deu a entender o
Ministério do Interior espanhol, que não comenta os casos
de forma individual, existe uma
ordem judicial que autoriza as
brasileiras a ficarem nessa situação durante esse período.
Desde a manhã de segunda-feira, as brasileiras Janaína
Agostinho, 27, e Nathália Ericia
de Lima Silva, 23, estão vivendo
na "sala dos retornados" do aeroporto de Barajas. Nesse espaço, onde se espera para a volta,
os barrados fazem três refeições diárias, dormem e assistem à televisão. Eles ainda têm
acesso a um telefone público
-utilizado pelas brasileiras para falar com a reportagem.
Segundo Janaína, nos dois
primeiros dias em que esteve
no aeroporto, elas tiveram de
dividir com outras cinco pessoas um dormitório com apenas quatro camas individuais.
"Chegamos a dormir dois na
mesma cama e era tudo misturado, homens e mulheres."
No caso de uma pessoa ser
barrada, é a companhia aérea a
responsável por organizar o regresso ao país de origem ou levá-la a qualquer outro que a admita sem nenhum gasto extra.
O problema das brasileiras é
que a companhia Air Comet,
com a qual fizeram a viagem de
Natal a Madri, só tem um vôo
charter semanal que faz essa
rota. Para voltar antes, teriam
que comprar novas passagens.
Elas afirmam ter levados todos os documentos necessários
e que foram barradas "por uma
vírgula". Nathália, por exemplo, levava 500 euros, quando o
exigido são 540 euros. "Fiquei
esperando umas quatro horas
para a entrevista. Disse toda a
verdade e dei toda a documentação. Dez minutos depois saiu
a carta que dizia que eu seria
deportada no domingo."
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