São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Barradas terão que ficar 6 dias em aeroporto

Duas brasileiras, impedidas de entrar na Espanha ao chegar a Madri, terão que esperar até domingo para voltar ao Brasil

Desde segunda-feira, elas estão retidas na "sala dos retornados", onde já tiveram que dividir as camas com outras pessoas barradas

RAQUEL MALDONADO
CARLOS IAVELBERG
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MADRI

Seis dias. Esse é o período que duas brasileiras impedidas de entrar na Espanha terão de "viver" no aeroporto de Madri antes de voltar ao Brasil. Embora a lei espanhola não permita que uma pessoa fique nessas condições por mais de 72 horas, ambas só têm o regresso previsto para o próximo domingo.
Segundo deu a entender o Ministério do Interior espanhol, que não comenta os casos de forma individual, existe uma ordem judicial que autoriza as brasileiras a ficarem nessa situação durante esse período.
Desde a manhã de segunda-feira, as brasileiras Janaína Agostinho, 27, e Nathália Ericia de Lima Silva, 23, estão vivendo na "sala dos retornados" do aeroporto de Barajas. Nesse espaço, onde se espera para a volta, os barrados fazem três refeições diárias, dormem e assistem à televisão. Eles ainda têm acesso a um telefone público -utilizado pelas brasileiras para falar com a reportagem.
Segundo Janaína, nos dois primeiros dias em que esteve no aeroporto, elas tiveram de dividir com outras cinco pessoas um dormitório com apenas quatro camas individuais. "Chegamos a dormir dois na mesma cama e era tudo misturado, homens e mulheres."
No caso de uma pessoa ser barrada, é a companhia aérea a responsável por organizar o regresso ao país de origem ou levá-la a qualquer outro que a admita sem nenhum gasto extra.
O problema das brasileiras é que a companhia Air Comet, com a qual fizeram a viagem de Natal a Madri, só tem um vôo charter semanal que faz essa rota. Para voltar antes, teriam que comprar novas passagens.
Elas afirmam ter levados todos os documentos necessários e que foram barradas "por uma vírgula". Nathália, por exemplo, levava 500 euros, quando o exigido são 540 euros. "Fiquei esperando umas quatro horas para a entrevista. Disse toda a verdade e dei toda a documentação. Dez minutos depois saiu a carta que dizia que eu seria deportada no domingo."


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