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Telefônica lidera queixas pelo 3º ano seguido
Procon recebeu 3.615 queixas contra o atendimento da empresa de telefonia no ano passado; em 2007, foram 4.405
Banco Itaú é o segundo no ranking, com 1.586 reclamações em 2008; secretário da Justiça diz que fará negociação coletiva
DA REPORTAGEM LOCAL
A Telefônica ficou em primeiro lugar no ranking de reclamações recebidas pelo Procon de São Paulo em 2008. É o
terceiro ano consecutivo em
que a empresa aparece no topo
da lista das campeãs de queixas.
Segundo o Procon, foram registradas 3.615 reclamações
fundamentadas -quando o caso não é solucionado com uma
carta preliminar à empresa e o
Procon abre processo administrativo- contra a Telefônica.
Apesar de liderar a lista de
queixas, a companhia melhorou em relação a 2007, quando
foi alvo de 4.405 reclamações.
A presença da concessionária
no topo da lista não é recente.
Ela já havia sido a campeã de
queixas em 1998, 1999, 2000 e
2001. Segundo Roberto Pfeiffer, diretor-executivo da Fundação Procon, os problemas
agora se concentram em pacotes como telefone e internet.
"A Telefônica lidera não por
falta de esforço do Procon. Foram inúmeras reuniões, autuações com multas pesadas. O registro positivo é que ela muda o
problema. Primeiro era a qualidade do serviço, depois com a
mudança de pulso para minuto.
Hoje [os problemas] estão relacionados aos pacotes. A forma
como vem vendendo é muitas
vezes abusiva, com publicidade
que não corresponde ao serviço, ou, então, não consegue
prover o que vende, como a velocidade da banda larga."
A Telefônica não é a única
empresa do ramo de telefonia
nos primeiros lugares da lista.
A TIM aparece como terceira
do ranking, com 892 reclamações, mas primeira entre as
operadoras de telefonia móvel.
No país, porém, a TIM fica em
terceiro lugar na participação
de mercado, atrás da Claro e da
Vivo, que também aparecem
entre as 20 mais reclamadas.
A hegemonia do setor de telefonia no ranking do Procon é
ameaçada por um concorrente
de peso: o setor financeiro.
Muitos bancos cresceram em
reclamações. É o caso do Itaú,
que manteve a segunda posição, com 1.586 reclamações
-em 2007, foram 1.544.
O Unibanco, que recentemente se fundiu com o Itaú, subiu da 18ª posição para a quarta, com 773 reclamações (eram
206). Já o Bradesco, o segundo
maior banco privado em número de clientes, subiu de 11º para
oitavo (de 320 para 656 queixas). O número de reclamações
não atendidas pelo banco após
intermediação do Procon foi
maior do que o de atendidas.
Negociação coletiva
O secretário da Justiça, Luiz
Antonio Marrey, disse que as
campeãs de reclamação serão
chamadas para uma negociação coletiva. "Elas têm a obrigação de melhorar ou sofrer as
penalidades. Não há razão para
não prestarem um atendimento de acordo com a lei."
As reclamações referem-se
principalmente à cidade de São
Paulo, já que há outros Procons
no Estado. Os números já sofreram influência do decreto
que regulamentou os call centers, em vigor desde dezembro.
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