São Paulo, domingo, 14 de março de 2010

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Prisão-modelo dá médico, trabalho e biblioteca

Sem superlotação, 200 presos fazem ensino médio no local

DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA (ES)

Limpo, ensolarado e silencioso, o Presídio de Segurança Média 2, no Complexo Prisional de Viana, na Grande Vitória, é o outro lado da moeda do sistema carcerário do ES. A unidade foi apresentada pelo governo do Estado à Folha como um exemplo do que deverá ser adotado até março de 2011.
Lá, não há superlotação e, dos 266 presos que cumprem pena -dois a menos que a capacidade máxima-, 160 trabalham na confecção de uniformes ou na dobradura de folhetos para tintura de cabelos.
Quem não trabalha nem estuda tem direito a banho de sol das 7h às 17h. Em cada cela, há quatro presos e uma TV. Na manhã da última sexta-feira, o preso José Raimundo de Freitas, 62, fazia o esboço de uma paisagem sobre uma tela em um dos corredores do presídio.
"A pintura ajuda a canalizar os pensamentos", afirma ele, que também tem lições de violão no presídio há quatro meses. "Já toco alguma coisinha."
No Média 2 há salas de aula, onde 200 presos fazem o ensino médio, biblioteca e uma unidade de saúde com consultórios médico e odontológico.
"Aqui não temos fugas, rebeliões nem morte", diz Valdir Ferreira, diretor da unidade.
No mesmo complexo, o Presídio de Segurança Máxima 2 de Viana -com 320 presos perigosos- tem controle maior, mas as condições de limpeza e lotação são semelhantes. Os detentos têm direito a duas horas de sol e a uma hora de TV.
Lá, não é permitida a entrada de comida, roupas ou artigos de higiene. O Estado fornece tudo: cinco refeições diárias, uniforme e kits de higiene.
As visitas dos familiares acontecem a cada 15 dias, com duração de duas horas. As visitas íntimas são permitidas como prêmio para o bom comportamento. (SÍLVIA FREIRE)


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