|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corrida pelo pré-sal atrai profissionais
e vestibulandos
Para dar conta das novas reservas, serão necessários cerca de 250 mil profissionais capacitados até 2016
OCIMARA BALMANT
DA REVISTA DA FOLHA
Cristiane Teixeira, 25, estava
decidida a passar os dias dentro
de uma sala de aula. Cursou
magistério, foi professora infantil e, até o ano passado, estudava pedagogia. Mudou de
ideia. No final de fevereiro, matriculou-se um curso tecnológico na área de petróleo e gás motivada pela palavra que mais
ouve nos corredores da universidade em Santos, no litoral de
São Paulo: pré-sal.
Um cálculo simples animou a
futura profissional da área. Em
2008, as reservas do país somaram 14 bilhões de barris. Com o
volume que corre na camada do
pré-sal, esse número pode chegar a 100 bilhões de barris.
"Com esse achado e as perspectivas de trabalho, convenci-me de que era o momento certo
para entrar nesse mercado", resume a estudante. Como Cristiane, outros profissionais também direcionam a carreira para
o setor em ebulição. Para dar
conta dessa riqueza, serão necessários cerca de 250 mil profissionais capacitados até 2016.
Em médio prazo, a demanda
pode ultrapassar os 500 mil.
A paulistana Regina Chan,
24, acaba de colar grau em Engenharia do Petróleo na USP, o
único curso de graduação em
instituição pública no Estado.
Desde o fim de 2009, ela e outros dois amigos da mesma turma estavam contratados como
trainees pela Schlumberger,
uma multinacional francesa.
"Além do salário e das chances
de crescimento, me atraiu a
oportunidade de atuar em vários lugares do mundo."
Na Petrobras, o salário inicial
de um engenheiro é por volta
de R$ 5.000. Em cinco anos,
contudo, os rendimentos podem chegar a R$ 15 mil.
Trabalhador do porto há 11
anos, o santista Jorge Ozores,
48, resolveu voltar para a escola
assim que viu a movimentação
crescer. "Senti o mercado aquecendo e corri para entender
mais sobre o pré-sal", diz ele,
que cursa gestão portuária na
Universidade Santa Cecília,
também em Santos.
Em vez de impedir, a carreira
estável foi o que impulsionou o
engenheiro eletricista Odalécio
Costa Martins, 46, a voltar para
a universidade. Em 2008, ele
começou uma especialização
em Engenharia de Petróleo.
"Não fui buscar um trabalho,
o que eu quis foi aumentar a
minha empregabilidade, ter
uma opção a mais", diz ele, funcionário de uma multinacional
há 20 anos.
À pergunta clássica sobre se a
área continuará em alta, a resposta vem emprestada do xeque Yamani, ex-ministro do petróleo da Arábia Saudita. "A
idade da pedra acabou e não foi
por falta de pedra. A idade do
petróleo pode acabar, mas não
por falta de petróleo."
Texto Anterior: Gilberto Dimenstein: Convergências para o futuro Próximo Texto: Oportunidade: Concurso da Petrobras tem inscrições abertas Índice
|