São Paulo, sexta, 14 de março de 1997.

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Diretor quer criação do `grupo dos 8'

da Sucursal do Rio

O vice-presidente do Worldwatch Institute, Christopher Flavin, defendeu ontem, na Rio+5, que oito países -dentre eles os EUA e o Brasil- se reúnam em um grupo para pressionar os líderes mundiais a cumprir os tratados da ECO-92 (conferência da Organização das Nações Unidas feita no Rio). O Worldwatch é um instituto de pesquisa com sede nos EUA.
Em seu relatório de 97 sobre os progressos obtidos em prol de uma ``sociedade sustentável'' (que se desenvolve com a proteção ambiental), os oito países estão mal.
Flavin disse ter ficado surpreso com a existência de oito nações -os industrializados EUA, Japão, Alemanha e Rússia e os em desenvolvimento Brasil, China, Índia e Indonésia- que, juntas, são as maiores causadores de grandes problemas ambientais do planeta.
Segundo o estudo do Worldwatch Institute, esses países reúnem 56% da população, 59% da produção econômica, 58% das emissões de gases que provocam o efeito estufa (aquecimento da Terra) e 53% das florestas mundiais.
Flavin acha ``muito complicado'' colocar todas as nações que integram a ONU discutindo constantemente a implementação dos acordos estabelecidos na ECO-92 .
Por isso, ele defende que esses oito países se reúnam -a exemplo do G-7, o grupo dos sete países mais desenvolvidos- em um fórum permanente que lidere um processo de implementação desses acordos.
Não foi cumprida, por exemplo, a Convenção de Clima, que estipulava que os países deveriam reduzir suas emissões de gases -principalmente o CO2- que provocam o efeito estufa.
Dos oito países que integrariam o que ele chama de fórum E-8, apenas a Rússia e a Alemanha diminuíram suas emissões de gás carbônico. De 90 a 95, suas emissões diminuíram, respectivamente, 27,7% e 10,2%. Brasil aumentou a emissão do gás em 19,8%.

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