São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Polícia afirma que alguém tentou apagar sangue após 1ª perícia

De acordo com a polícia, limpeza não prejudicou investigação porque os peritos conseguiram detectar os vestígios de sangue

IML promete entregar até quarta laudo sobre a morte de Isabella; diretor do instituto diz que documento não trará "grandes surpresas"

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia diz que alguém tentou apagar manchas de sangue do apartamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá após a primeira perícia realizada no local pelo Instituto de Criminalística.
A polícia não sabe dizer ainda, porém, quem tentou alterar a cena do crime e não tem provas se a ação foi ou não realizada com a intenção de atrapalhar as investigações da morte da menina Isabella Nardoni, 5.
Ao longo da investigação, diversas manchas de sangue foram encontradas no apartamento. Algumas eram visíveis a olho nu; outras foram verificadas por meio de equipamentos especiais de detecção.
Segundo a polícia, a limpeza das manchas não atrapalhou as investigações, pois os peritos conseguiram detectar vestígios de sangue com um aparelho chamado crimescope, ou luz forense, e com o reagente químico luminol (que fica fosforescente em contato com sangue).
Esses produtos não apenas conseguem recuperar os vestígios como também revelam se alguém tentou limpar as evidências no local do crime.
As gotas de sangue -que podem ter saído de um corte de dois centímetros na testa de Isabella- foram encontradas na tela de proteção da janela de onde a vítima foi atirada, no parapeito, próximo à porta do apartamento e no lençol da cama do quarto dos filhos do casal Nardoni e Anna Carolina.
A polícia não especificou à Folha quais locais foram limpos após a primeira perícia.
O Instituto Médico Legal promete entregar à polícia até quarta-feira o laudo final sobre a causa da morte de Isabella. Segundo o diretor do instituto Hideaki Kawata, o documento não trará "grandes surpresas" em relação ao que já foi divulgado na mídia sobre o caso.
O laudo deve ser concluído entre hoje e quarta-feira.
A Folha revelou que o documento deverá apontar que Isabella foi asfixiada antes de ser atirada da janela do prédio.
O laudo deve apontar ainda que a menina apresentava fraturas no pulso e na bacia e que a queda do 6º andar teria sido um fator determinante para a morte da vítima.
Kawata disse que três peritos trabalham no laudo, um a mais do que em procedimentos normais. Ele disse que a única novidade no laudo final deve ser o resultado de exames com microscópio feitos no corpo. As principais hipóteses para a causa da morte já saíram na mídia, segundo ele.
Até o fim da semana também devem ficar prontos dois laudos do Instituto de Criminalística: sobre o exame de DNA do sangue encontrado e sobre as gravações das câmeras de segurança do prédio vizinho.
O IC não divulgou a data exata para a divulgação dos laudos.


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