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BRAZ JAIME ROMANO (1939 - 2008)
E uma triste manchete para o Tatuapé
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde que chegou ao Tatuapé, zona leste de São Paulo, Braz Jaime Romano nunca pensou em se mudar. E como poderia, se lá conheceu a
mulher, se lá abriu o primeiro escritório, o primeiro jornal, a primeira revista?
Nasceu em Taquaritinga
(SP), com o nome do santo
que atendera à promessa da
mãe. Já aos sete vendia
amendoins caramelados na
estação de trem; aos 12 anunciava torpedos românticos
nos alto-falantes do parque
de diversões. Até que veio para São Paulo, mais especificamente para o Tatuapé.
Fez curso técnico de administração e abriu um escritório de contabilidade; depois,
uma escola de datilografia; e
logo um colégio comercial.
Se as finanças iam bem, o
hobby mais ainda. Apaixonado por futebol, palmeirense
contido, no fim dos anos
1960 foi ser comentarista esportivo da Rádio Marconi.
Nos anos 1970, comprou
então o título do jornal "O
Tatuapé", mudou o nome para Gazeta do Tatuapé e lançou uma série de fascículos
com a história do bairro,
orientados por um historiador. Foi um sucesso.
Nunca deixou o rádio. Até
poucos dias, comandou seu
programa na rádio Trianon.
E tinha orgulho do bairro
que o acolheu em sua expansão, de bairro desconhecido a
berço do novo boom imobiliário paulistano, o Tatuapé
"cresceu junto com ele".
"Nada cresce mais que o Tatuapé, nem a China", disse.
Teve três filhos e sete netos.
Morreu no dia 5, de câncer,
aos 69. E foi enterrado enrolado na bandeira do Tatuapé.
obituario@folhasp.com.br
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