São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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BRAZ JAIME ROMANO (1939 - 2008)

E uma triste manchete para o Tatuapé

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que chegou ao Tatuapé, zona leste de São Paulo, Braz Jaime Romano nunca pensou em se mudar. E como poderia, se lá conheceu a mulher, se lá abriu o primeiro escritório, o primeiro jornal, a primeira revista?
Nasceu em Taquaritinga (SP), com o nome do santo que atendera à promessa da mãe. Já aos sete vendia amendoins caramelados na estação de trem; aos 12 anunciava torpedos românticos nos alto-falantes do parque de diversões. Até que veio para São Paulo, mais especificamente para o Tatuapé.
Fez curso técnico de administração e abriu um escritório de contabilidade; depois, uma escola de datilografia; e logo um colégio comercial. Se as finanças iam bem, o hobby mais ainda. Apaixonado por futebol, palmeirense contido, no fim dos anos 1960 foi ser comentarista esportivo da Rádio Marconi.
Nos anos 1970, comprou então o título do jornal "O Tatuapé", mudou o nome para Gazeta do Tatuapé e lançou uma série de fascículos com a história do bairro, orientados por um historiador. Foi um sucesso.
Nunca deixou o rádio. Até poucos dias, comandou seu programa na rádio Trianon. E tinha orgulho do bairro que o acolheu em sua expansão, de bairro desconhecido a berço do novo boom imobiliário paulistano, o Tatuapé "cresceu junto com ele". "Nada cresce mais que o Tatuapé, nem a China", disse. Teve três filhos e sete netos. Morreu no dia 5, de câncer, aos 69. E foi enterrado enrolado na bandeira do Tatuapé.

obituario@folhasp.com.br

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