São Paulo, terça-feira, 14 de abril de 2009

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Mãe é acusada de matar o filho em Porto Alegre no almoço de Páscoa

A secretária aposentada Flávia Costa Hahn disse que atirou para se defender

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A secretária aposentada Flávia Costa Hahn, 60, foi presa em flagrante no último domingo sob a acusação de matar a tiros o filho de 24 anos, Tobias Lee Manfred Hahn, após uma briga em um churrasco de Páscoa da família. O crime aconteceu em Porto Alegre (RS). Ontem à tarde ela obteve um habeas corpus e foi libertada.
Em depoimento à polícia, Flávia disse que atirou para se defender de um ataque do filho, após uma discussão por dinheiro. A arma pertence ao marido dela, o engenheiro alemão Manfred Oto Hugo Hahn.
De acordo com o delegado Celso Jaeger, que efetuou a prisão, Flávia disse que era "frequentemente pressionada" a fornecer dinheiro ao filho para a compra de drogas.
A última vez, segundo Jaeger, foi na madrugada de domingo, quando ela teria feito um saque num caixa eletrônico para entregar dinheiro ao filho.
O delegado Bolívar Llantada, que presidirá o inquérito, afirmou que Tobias acumulou 14 passagens pela polícia desde 2002. Além de prisões ocasionais por crimes como lesão corporal, ameaça e roubo, o rapaz também esteve internado em clínicas de reabilitação cinco vezes nos últimos oito anos, segundo o delegado.
Flávia disse à polícia que o filho tentou atacá-la após ela se negar a entregar mais dinheiro. Tobias a teria empurrado sobre vidros quebrados e teria investido com um instrumento cortante, descrito por vizinhos como uma faca. Ela relatou aos policiais que correu até a churrasqueira, onde estava a arma, e disparou duas vezes.
Além da arma do crime, a polícia apreendeu ao lado da piscina um saca-rolhas com vestígios de sangue, que teria sido usado por Tobias para ameaçar a mãe. Nenhuma faca foi achada, segundo Jaeger. Flávia foi presa sob acusação de homicídio doloso (intencional).
A Folha procurou ontem Manfred Hahn, mas a família informou que ele passou o dia sob efeito de sedativos. A reportagem não conseguiu localizar o advogado de Flávia.


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