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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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TRANSPORTE

Reestruturação do sistema começa no sábado; segundo a prefeitura, passageiros não serão afetados

SP corta 15% das linhas de ônibus

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma reestruturação do sistema do transporte público de São Paulo, que terá início no próximo sábado, vai provocar a extinção de pelo menos 186 linhas -15,5% das cerca de 1.200 operadas hoje por ônibus, microônibus e peruas que transportam 3,5 milhões de passageiros por dia na cidade.
As 186 linhas que serão extintas são de cinco das oito áreas em que a cidade foi dividida: noroeste, norte, nordeste, sudoeste e oeste. Faltam ainda ser oficializadas as alterações nas regiões leste, sudeste e sul, o que ocorrerá amanhã.
Aos usuários, as mudanças só começam a ser divulgadas pela SPTrans (gerenciadora do transporte) a partir de amanhã, o que poderá provocar "pequenos transtornos", como admitiu ontem o presidente da empresa, Gerson Luis Bittencourt.
Ele também não descarta a possibilidade de "ajustes" terem de ser feitos na próxima semana para corrigir eventuais problemas detectados, por exemplo, a partir de reclamações dos moradores.
Um exemplo da alteração que será feita é o das linhas 8047, que têm três itinerários diferentes -Jaraguá-Lapa, Vila Aurora-Lapa e Jaraguá-Metrô Vila Madalena. A partir de sábado, restará apenas a linha Jaraguá-Lapa.
As demais linhas serão extintas ou, como consta de publicação parcial da mudança feita no "Diário Oficial" do município de ontem, serão "incorporadas na linha-base" -o termo técnico usado pela SPTrans.
Nas linhas que ficam, pode haver mudança nos horários de partida e até em itinerários, mas a reestruturação, segundo a SPTrans, não reduzirá a frota de cerca de 15 mil veículos que estão no sistema. Isso porque, diz Bittencourt, as linhas que ficam ganharão um reforço.
"Todo esse ajuste é para melhorar o transporte público da cidade de São Paulo", disse Bittencourt ontem, descartando a mudança escalonada ou após aviso com maior antecedência aos usuários.
A reestruturação tem um objetivo triplo, segundo o presidente da SPTrans. De um lado, a idéia é aumentar a rentabilidade dos empresários e cooperados, otimizando linhas que eram, por exemplo, subutilizadas.
Para o usuário, a mudança significará linhas "mais organizadas" e com frota maior, segundo Bittencourt. Por fim, as mudanças visam aproximar a distribuição das linhas à que será implantada quando o novo modelo de transporte for efetivamente adotado, a partir do próximo semestre.
No novo modelo, haverá na cidade linhas estruturais, que serão operadas por empresas de ônibus e ligarão os bairros ao centro, e linhas locais, exploradas por perueiros e motoristas autônomos em trajetos curtos nos bairros.
No centro expandido, as linhas de trajeto curto também serão de responsabilidade das viações. Haverá, ainda, estações de transferência e adoção, por exemplo, do bilhete único, permitindo ao usuário mais de um embarque com a mesma passagem.

Serviço
As alterações nas linhas vão ser divulgadas aos usuários por meio de jornais, panfletos e pela internet, no site da SPTrans (www.sptrans.com.br).
A gerenciadora também reestruturou seu serviço de atendimento, pelo telefone 158, para orientar usuários. O horário de atendimento foi ampliado e agora funcionará das 4h às 23h durante a semana, e das 7h às 19h aos sábados, domingos e feriados.


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