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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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Peritos concluem que o tiro que feriu estudante não saiu do morro

DA SUCURSAL DO RIO

Os peritos que participaram ontem da reconstituição do caso da estudante Luciana Gonçalves de Novaes, 19, descartaram a hipótese de que o tiro que a feriu no campus do Rio Comprido da Estácio de Sá tenha partido do morro do Turano (zona norte do Rio), vizinho à universidade.
De acordo com a perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, órgão da Polícia Civil, a distância entre o local onde a aluna estava quando foi atingida e o morro é de cerca de 200 m. Especialistas dizem que o alcance de um tiro dado por uma arma de calibre 0.40 -igual à que atingiu Luciana- é de até 100 m.
O subchefe de Polícia Civil, José Renato Torres, que acompanhou o trabalho dos peritos, disse que, para um tiro certeiro, a distância máxima deve ser de 50 m.
O resultado da perícia deve sair até o final da semana. A ele serão anexados o laudo das imagens gravadas pelo circuito interno de TV da universidade -dois CDs, com imagens das 36 câmeras do campus, foram entregues ontem- e o exame do impacto da bala no rosto da estudante.
"A partir do exame, é possível traçar a trajetória da bala e descobrir se ela foi dada a curta ou a longa distância", disse o delegado Luiz Alberto de Andrade, titular da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), que coordenou a perícia na universidade.
Participaram da reconstituição oito pessoas, das quais três alunos e cinco funcionários. Uma delas, segundo a polícia, teria visto de onde partiu o tiro. Seu nome não foi divulgado. Ao fim da perícia, quatro delas prestaram depoimento na DRE.
Segundo o delegado, as testemunhas contaram que ouviram vários tiros, cujos sons eram "secos e abafados", e não em forma de rajada. Para Andrade, as declarações reforçam a hipótese de que o disparo partiu de uma pistola.
O delegado disse que uma nova perícia seria feita no local no final da tarde de ontem, com a presença de um dos alunos que prestaram depoimento.
Ontem, o faxineiro Jonson Wagner Fonseca de Campos, 25, compareceu à polícia. Ele disse ser a pessoa que aparece numa das fitas de vídeo e que foi apontada como o suposto atirador. Na imagem, ele aparece segurando um objeto que poderia ser um fuzil. Campos contou aos policiais que, no momento do acidente, estava saindo do almoxarifado segurando três vassouras.
Luciana sofreu ontem uma segunda cirurgia, que durou duas horas, para fixar a mandíbula. Na última quinta-feira, foi retirada a bala que se alojara na coluna cervical da jovem.


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