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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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CRIME ORGANIZADO

Advogado de acusado diz desconhecer dado

Brasil pede auxílio à Suíça para investigar contas de "comendador"

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O Ministério Público Federal vai pedir aos procuradores de Justiça da Suíça informações sobre os valores das contas bancárias que o "comendador" João Arcanjo Ribeiro, 51, manteria naquele país.
"Nós vamos tentar repatriar os valores para cá por meio de cooperação internacional entre os dois países [Brasil e Suíça]", afirmou o procurador da República em Cuiabá, Pedro Taques.
O juiz da 1ª Vara Federal de Mato Grosso Julier Sebastião da Silva disse que são "milhões de dólares em várias contas" que, na avaliação de Taques, foram enviados à Suíça pelo crime organizado.
A Polícia Federal recebeu anteontem informações dos procuradores de Justiça de Berna, capital da Suíça. Eles teriam localizado e bloqueado em seu país contas bancárias de Arcanjo, do contador Luiz Alberto Dondo Gonçalves e do delegado aposentado da Polícia Civil de Mato Grosso Alair Fernando das Neves. Ao receber as informações, a Justiça Federal decretou a prisão temporária (válida por cinco dias) de Neves.
Arcanjo está preso desde abril em Montevidéu, no Uruguai, acusado de chefiar o crime organizado com ramificações em cinco Estados brasileiros e de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal. Gonçalves, que cuidaria da contabilidade, foi preso em dezembro em Cuiabá (MT).
O advogado João dos Santos Gomes Filho, que defende Arcanjo e Gonçalves, disse ontem à Agência Folha que não foi informado sobre a existência das possíveis contas na Suíça. O advogado de Neves não foi localizado pela reportagem.


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