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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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DESIGUALDADE

Evento terá início hoje

Encontro debate política de saúde para os negros

DA REPORTAGEM LOCAL

Negros e pardos somam 25% dos habitantes da cidade São Paulo, sofrem mais de doenças como hipertensão e diabetes e a proporção de mortes precoces entre eles é maior do que entre brancos. Mesmo assim não há ainda uma política específica de saúde para essa população.
A cidade inicia hoje sua 1ª Conferência Municipal de Saúde da População Negra. Do encontro, organizado pela prefeitura e parceiros, deve sair uma agenda de ações. Os 300 delegados, representantes de movimentos sociais e dos governos fecharão uma proposta até sexta. "A situação de saúde de pretos e pardos reflete a exclusão social a que esta população está submetida. Mas esse olhar também tem de existir no setor de saúde", diz Edna Muniz de Souza, secretária-executiva da conferência. Desde os anos 90, o movimento negro reivindica uma política de saúde própria. Apesar de a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) ter definido diretrizes para o país em 2001, a avaliação é de que pouco mudou.
São Paulo foi uma das primeiras cidades a implantar o quesito cor nos prontuários de saúde, na gestão Luiza Erundina (1989-92). Em 2002, a proporção de mortes precoces na cidade (antes do 50 anos de idade) foi de 48,5% entre os negros e de 24,25% entre brancos.
Para Souza, é importante discutir a realização de campanhas de esclarecimento e capacitação sobre a necessidade dos dados de cor constarem nos prontuários. Outro ponto premente é acabar com o preconceito -negros, segundo Souza, demoram mais para ser atendidos em hospitais. "O racismo tem consequências na saúde mental."
Da abertura devem participar os ministros da Saúde, Humberto Costa, Cultura, Gilberto Gil, e a ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva.
(FABIANE LEITE)


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