São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2008

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Motoristas e cobradores marcam greve para segunda

Ao menos 33 mil funcionários ameaçam cruzar os braços e deixar cerca de 6 milhões de pessoas ao dia sem transporte

Decisão ocorreu na tarde de ontem após manifestação e fracasso de mais uma rodada de negociações por reajuste salarial da categoria

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo marcaram para segunda-feira uma greve geral por tempo indeterminado. Pelo menos 33 mil funcionários de 29 empresas poderão deixar de trabalhar, deixando, por dia, cerca de 6 milhões de pessoas sem transporte coletivo.
Segundo o presidente do sindicato da categoria, Isao Hosogi, não há garantia de que os motoristas irão cumprir a liminar do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que determinou, na semana passada, que 90% dos ônibus permaneçam em circulação em manifestações. "Não iremos deixar de defender nossa categoria para cumprir determinação da Justiça."
A decisão ocorreu na tarde de ontem após uma manifestação em frente à prefeitura da capital e após o fracasso de mais uma rodada das negociações para o reajuste salarial da categoria. Com apitos, narizes de palhaço e os rostos pintados de verde e amarelo, cerca de 4.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram do protesto.
Os motoristas esperavam realizar uma reunião com o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que teria aceitado receber uma comitiva da categoria. A reunião não ocorreu, e os manifestantes ficaram irritados, decidindo convocar a greve.
O protesto ocorreu após o fracasso de uma audiência de conciliação no TRT, que reuniu o sindicato dos motoristas (Sindmotoristas) e o das empresas (SPUrbanuss).
Tentando pôr fim ao impasse, o TRT propôs um acordo de aumento de 7% retroativo ao dia 1º de maio, data-base da categoria. Os motoristas reivindicam reposição de 5,54% referente à inflação, mais aumento real de 5%. Nova audiência no TRT ficou marcada para quinta-feira, mas o sindicato já adiantou que rejeita a proposta.
Segundo Hosogi, porém, uma proposta de aumento de 8% poderia fazer a categoria desistir da greve. "O mínimo que iremos aceitar são 3% de aumento real; 7% significa praticamente o equivalente à inflação", disse o sindicalista. O sindicato patronal não ofereceu nova contraproposta de aumento.
Na sexta-feira, o sindicato dos motoristas irá realizar uma assembléia para informar como será a paralisação.


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