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Polícia demora 40 minutos e encontra sequestrado morto
Após 17 dias de cativeiro, advogado de Diadema apareceu numa avenida do Alto de Pinheiros passando mal e um vigia pediu socorro
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Ademar Boaventura Michels, 60, pai do vereador de Diadema (ABC paulista)
Lauro Michels Neto (PSDB),
morreu na madrugada de ontem no Alto de Pinheiros (zona
oeste de SP) depois de ter passado 17 dias sequestrado.
Ele foi encontrado passando
mal na avenida Diogenes Ribeiro de Lima por um vigia, que ligou para a PM. A polícia levou
cerca de 40 minutos para aparecer. Michels já estava morto,
vítima de provável infarto.
Para os familiares do advogado, a demora contribuiu para a
sua morte. O Comando da PM
disse "lamentar o desfecho".
"A gente teve muito apoio da
polícia nesses dias de sequestro, mas agora a família fica só
com o se, se tivesse acontecido
isso ou se tivesse aquilo, ele poderia estar aqui. Se houve falhas, os policiais vão ser punidos, mas nada vai trazer o Ademar de volta", afirmou Marcos
Michels, primo da vítima.
Segundo depoimento do vigia Manoel João da Silva, o advogado chegou transtornado e
cambaleando até a guarita em
que ele estava, falando frases
desconexas. Mesmo assim,
conseguiu dizer que era vítima
de um sequestro e pediu ajuda.
O vigilante ligou para a PM às
0h52. Enquanto esperava socorro, o advogado ficou sentado
na calçada e conseguiu tomar
apenas meio copo de água.
Quando os PMs do 23º batalhão chegaram ao local, que fica
no Alto de Pinheiros, bairro em
que o governador José Serra
(PSDB) tem sua casa, Michels
estava morto, caído na calçada.
Mesmo assim, os PMs chamaram um carro de resgate dos
bombeiros. O resgate levou
mais meia hora para chegar.
Um laudo previsto para ficar
pronto em até 30 dias determinará a causa de sua morte.
Michels foi sequestrado às 7h
do dia 27 de abril, quando chegava para trabalhar em seu escritório, em Diadema. Ele foi
levado por criminosos que estavam divididos em dois carros.
Nos 17 dias de sequestro, os
criminosos fizeram cinco contatos com seus familiares para
exigir R$ 2 milhões de resgate,
valor que não foi pago. Não se
sabe se ele foi solto ou fugiu.
Michels advogava havia 26
anos e era bastante conhecido
em Diadema. Durante uma gestão na cidade de seu tio, também chamado Lauro Michels, o
advogado chefiou o gabinete do
então prefeito. Além do vereador, o advogado tinha um outro
filho.
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