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Enem terá ao menos duas edições por ano
Objetivo é se adaptar ao calendário das federais que têm mais de um vestibular anual, segundo ministro da Educação
No primeiro semestre de 2010, a prova deve ocorrer entre março e abril; edição deste ano está marcada para 3 e 4 de outubro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo Enem, criado para
substituir o vestibular nas universidades federais, terá pelo
menos duas edições por ano,
disse ontem o ministro Fernando Haddad (Educação).
A ideia é se adaptar ao calendário das universidades -algumas fazem mais de um vestibular por ano. A prova deste ano
ocorrerá em outubro; a primeira de 2010, em março ou abril.
Há a possibilidade de o MEC
promover mais de duas edições
por ano, mas isso depende de
orçamento, afirmou o ministro.
Até agora, 21 das 55 universidades federais anunciaram que
vão aderir ao exame como única forma de seleção; sete não
vão usar a prova neste ano.
Razões da mudança
O antigo Enem foi criado para o aluno se autoavaliar. Depois, passou a fazer parte do
vestibular de faculdades e foi
utilizado para comparar os desempenhos das escolas.
O ministério tem dois objetivos com a mudança: unificar a
seleção de calouros para as federais e reestruturar o currículo do ensino médio.
O governo federal também
entende que o modelo atual,
em que cada universidade tem
o seu vestibular, prejudica os
estudantes com menor renda,
que precisam se deslocar para
diversas cidades.
Na nova modalidade, o número de questões passa de 63
para 200, mais a redação. Serão
dois dias de prova.
As notas do Enem não terão
validade limitada, já que o nível
de dificuldade será sempre o
mesmo. Um aluno pode, por
exemplo, usar a nota de 2009
em uma seleção de 2011.
O novo exame é inspirado no
modelo americano de seleção
(SAT), que acontece sete vezes
por ano. Ontem, o ministro
apresentou a reitores das universidades a lista de conteúdos
e habilidades exigidos na prova.
A ideia é que o novo Enem
mantenha a maneira como as
perguntas hoje são formuladas,
privilegiando a capacidade de
raciocínio em detrimento da
memorização. A prova deverá
ainda exigir um pouco mais de
conteúdo informativo, mas
sem decoreba.
A lista desses conteúdos será
divulgada hoje no site do MEC.
Segundo o ministro, ela corresponderá àquilo que já é ensinado hoje no ensino médio, até
para que os estudantes não sejam prejudicados. "O aluno que
se saía bem no vestibular tradicional vai se sair igualmente
bem no novo Enem", afirmou.
Amaro Lins, presidente da
Andifes (associação dos reitores das universidades federais),
diz que na prova de matemática, por exemplo, será avaliada a
capacidade de interpretação de
gráficos e a ligação de disciplina
com fenômenos do dia a dia.
Um simulado será divulgado
pelo MEC nas próximas semanas. No exame, as 200 questões
terão diferentes níveis de dificuldade. As mais complexas são
fundamentais para permitir
uma melhor seleção de alunos
em carreiras mais concorridas,
como medicina.
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