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CNBB reforça veto a padres homossexuais
Documento contra a ordenação de religiosos gays é divulgado por bispos brasileiros após discussões sobre pedofilia
CNBB diz que, apesar de respeitar os homossexuais, a Igreja não pode admitir em sua estrutura quem apoia "a chamada cultura gay"
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quase dez dias após debates
sobre vários temas, entre eles
denúncias de pedofilia envolvendo padres, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) divulgou ontem um documento de orientação em que
reforça a recomendação para
que seja evitada a ordenação de
homossexuais.
A lista foi dividida em três
partes -a primeira trata da formação de novos padres.
A recomendação diz que a
Igreja deve "ater-se" a um documento produzido em 2005,
aprovado pela Santa Sé.
O título desse texto, também
polêmico, é "Instrução sobre os
critérios de discernimento vocacional acerca de pessoas com
tendências homossexuais e da
sua admissão ao seminário e às
ordens sacras".
O documento define que,
"embora respeitando profundamente as pessoas em questão, [a Igreja] não pode admitir
ao seminário e às ordens sacras
aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a
chamada cultura gay".
"Estas pessoas encontram-se, de fato, numa situação que
obstaculiza gravemente um
correto relacionamento com
homens e mulheres", pontua o
documento, em seguida.
Escândalos
O principal objetivo do texto
divulgado ontem pela confederação dos bispos é explicar como agir em casos de denúncias
de abusos sexuais que tenham
o envolvimento de membros da
Igreja Católica.
O assunto foi discutido na
Assembleia Geral da confederação. Recentemente, padres
foram acusados de abuso de
menores nos Estados de São
Paulo e Alagoas.
Ontem, o presidente da
CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, defendeu a recomendação.
"A posição da Igreja não pode
ser interpretada como se fosse
discriminatória, como se fosse
de condenação ou de repúdio às
pessoas que trazem a característica da homossexualidade",
declarou Rocha.
"A questão se coloca em outro nível. A Igreja tem direito
de estabelecer critérios para
conceder o sacramento da ordem, constituir alguém como
sacerdote", completou.
Ainda em relação à formação
dos novos padres, a CNBB indicou que deverá ser feita uma
"acurada seleção dos candidatos" ao seminário, com testes
que permitam a admissão de
pessoas "com indispensável
saúde física e mental, somada
aos atributos de equilíbrio moral, psicológico e espiritual".
Outra orientação foi a suspensão do padre de suas funções na paróquia quando surgirem denúncias, como a Folha
havia adiantado ontem.
No documento fechado ontem, a CNBB pediu perdão às
vítimas de abuso sexual, reconhecendo "o mal irreparável a
que foram acometidas".
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