São Paulo, terça-feira, 14 de junho de 2005

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SISTEMA PRISIONAL

Segundo a PM, 16 pessoas são mantidas reféns, entre elas uma grávida; ontem 21 foram liberadas

Rebelião em Minas já dura mais de 2 dias

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

Presos rebelados da penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora (MG), liberaram ontem 21 pessoas que estavam confinadas em um dos quatro pavilhões desde sábado, quando começou o motim. Uma mulher e uma criança foram soltas no domingo.
As negociações foram suspensas por volta das 18h de ontem, quando a rebelião completava 54 horas, e só seriam retomadas na manhã de hoje.
Segundo a Polícia Militar de Juiz de Fora, outras 16 pessoas -dois agentes penitenciários e 14 parentes de presos- continuavam na penitenciária. Para a PM, apenas os dois funcionários são considerados reféns porque os detentos não colocariam familiares em risco.
Seis presos iniciaram o motim no pavilhão 2 do presídio por volta das 12h de sábado, no horário de visitas. Os supostos líderes, cujas penas variam de 15 a 21 anos, usaram armas artesanais para dominar três agentes. Um deles conseguiu escapar, e os outros dois -Rodrigo Braida Liana e Willians da Silva Donato- foram feitos reféns.
A PM informou que os 21 visitantes soltos estavam no pavilhão 1. Embora não houvesse motim nessa unidade, os visitantes só puderam sair ontem. As 16 pessoas que seguiam confinadas estavam no pavilhão 2. Entre os reféns há uma mulher grávida, uma criança e um adolescente. Não há informações de familiares feridos. Os dois agentes teriam sido agredidos.
Os rebelados reivindicam transferências para uma unidade em Contagem (Grande BH), revisão de penas, troca de diretor, instalação de um telefone público e direito a trabalho e a estudo, além de assistências jurídica, médica e religiosa. A penitenciária tem 397 presos e capacidade para pouco mais de 400.
Além das polícias, representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Secretaria de Estado da Defesa Social, Ministério Público, vereadores, deputados estaduais e o juiz Amaury de Lima e Souza, da Vara de Execuções Penais de Juiz de Fora, negociavam o fim do motim. Cerca de 80 policiais se revezam em volta da penitenciária. A eletricidade e a água foram cortadas e a alimentação, reduzida.


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