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SISTEMA PRISIONAL
Segundo a PM, 16 pessoas são mantidas reféns, entre elas uma grávida; ontem 21 foram liberadas
Rebelião em Minas já dura mais de 2 dias
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Presos rebelados da penitenciária Professor Ariosvaldo
Campos Pires, em Juiz de Fora
(MG), liberaram ontem 21 pessoas que estavam confinadas em
um dos quatro pavilhões desde
sábado, quando começou o motim. Uma mulher e uma criança
foram soltas no domingo.
As negociações foram suspensas por volta das 18h de ontem,
quando a rebelião completava
54 horas, e só seriam retomadas
na manhã de hoje.
Segundo a Polícia Militar de
Juiz de Fora, outras 16 pessoas
-dois agentes penitenciários e
14 parentes de presos- continuavam na penitenciária. Para a
PM, apenas os dois funcionários
são considerados reféns porque
os detentos não colocariam familiares em risco.
Seis presos iniciaram o motim
no pavilhão 2 do presídio por
volta das 12h de sábado, no horário de visitas. Os supostos líderes, cujas penas variam de 15 a 21
anos, usaram armas artesanais
para dominar três agentes. Um
deles conseguiu escapar, e os outros dois -Rodrigo Braida Liana e Willians da Silva Donato-
foram feitos reféns.
A PM informou que os 21 visitantes soltos estavam no pavilhão 1. Embora não houvesse
motim nessa unidade, os visitantes só puderam sair ontem.
As 16 pessoas que seguiam confinadas estavam no pavilhão 2.
Entre os reféns há uma mulher
grávida, uma criança e um adolescente. Não há informações de
familiares feridos. Os dois agentes teriam sido agredidos.
Os rebelados reivindicam
transferências para uma unidade em Contagem (Grande BH),
revisão de penas, troca de diretor, instalação de um telefone
público e direito a trabalho e a
estudo, além de assistências jurídica, médica e religiosa. A penitenciária tem 397 presos e capacidade para pouco mais de 400.
Além das polícias, representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Secretaria de
Estado da Defesa Social, Ministério Público, vereadores, deputados estaduais e o juiz Amaury
de Lima e Souza, da Vara de Execuções Penais de Juiz de Fora,
negociavam o fim do motim.
Cerca de 80 policiais se revezam
em volta da penitenciária. A eletricidade e a água foram cortadas e a alimentação, reduzida.
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