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VIOLÊNCIA
Segundo a polícia, jovem de 17 anos, filho de médico e de advogada, confessou ter participado do assassinato em Niterói
Adolescentes são acusados de matar taxista
DA SUCURSAL DO RIO
Um adolescente de 17 anos de
família de classe média alta foi
preso na manhã de ontem, em Niterói (município a 15 km do Rio),
sob acusação de ter participado
do assassinato do taxista Ronaldo
Diniz de Oliveira, 48. O crime
ocorreu na noite de domingo, em
Piratininga (na região oceânica,
área nobre de Niterói).
Outros dois garotos, de 16 e de
17 anos, também são acusados de
participar do crime.
Rogério (nome fictício), que é
filho de um conhecido médico de
Itaperuna (cidade a 356 km do
Rio) e de uma advogada, confessou ter atirado no taxista. À polícia, o rapaz disse que tentou assaltar Oliveira afim de conseguir dinheiro para sair com garotas.
Os policiais, no entanto, não
acreditam nessa versão e suspeitam de que ele queria o dinheiro
para comprar drogas.
O jovem, ainda segundo a polícia, é usuário de maconha. Os pais
do garoto não deram entrevistas.
A família, que contou com a ajuda
de uma promotora estadual, não
deixou que os jornalistas falassem
com o adolescente preso.
Na ação, Rogério contou com a
ajuda de dois colegas, que também foram presos. Um outro
adolescente, de 16 anos, que seria
filho de um PM, está sendo procurado. Segundo a polícia, ele teria
fornecido a arma do crime, uma
pistola que não foi encontrada.
Rogério e os colegas abordaram
o taxista por volta das 19h de domingo, na avenida Oswaldo Cruz,
no bairro de Icaraí. Os três fingiram ser passageiros e pediram a
Oliveira para levá-los até Piratininga, onde haveria uma festa.
No caminho, o grupo anunciou
o assalto. Rogério apontou uma
pistola para a cabeça do motorista. Um de seus colegas, que sentava no banco da frente, puxou um
canivete para o taxista e teria roubado o dinheiro que estava no
bolso da camisa.
Quando chegavam a Piratininga, Oliveira tentou jogar o carro
em cima de um bar. Rogério, então, efetuou um disparo que atingiu a cabeça do taxista, que morreu na hora. Em seguida, os três
rapazes tentaram fugir, mas dois
deles foram presos em flagrante
pela PM (Polícia Militar). Já Rogério se escondeu na praia e pegou
uma van de volta para casa.
Na manhã de ontem, acabou
preso em sua casa, no bairro Vital
Brasil. Na delegacia, ele disse ter
atirado porque o taxista teria dito
que estava armado.
Furto
O jovem já tinha passagem pela
polícia por furto de uma motocicleta. O crime foi descoberto depois de ele ter sido parado em
uma blitz policial. Na ocasião, sua
pena foi a prestação de serviços
para a comunidade.
O rapaz estuda no colégio Projeção, escola de classe média alta de
Niterói. Recebia, por semana, R$
130 dos pais de mesada. Segundo
a polícia, ele usava parte do dinheiro para comprar droga.
A mãe do rapaz disse na delegacia que o filho sempre foi um
"santo". A Folha tentou entrar em
contato com o pai do garoto em
seu consultório em Itaperuna,
mas não conseguiu localizá-lo. Os
pais do jovem são separados.
Os garotos passaram à noite na
carceragem da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente,
em Niterói. À tarde, foi feita uma
acareação entre os acusados. Os
outros dois rapazes disseram que
a ação foi planejada por Rogério.
Os adolescentes serão encaminhados hoje ao Juizado dos Menores e deverão cumprir medida
socioeducativa em alguma unidade que abriga menores infratores
no Estado, provavelmente o Instituto Padre Severino, na ilha do
Governador (zona norte).
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