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Irmão de francês lamenta por brasileiros
A família de Grégor Erwan Landouar, assassinado a facadas no último domingo, diz que já considerava o Brasil um país muito perigoso
"Estamos tristes pelo o que
aconteceu com Grégor e
também pelos brasileiros,
por viverem em um país
como esse", disse o irmão
LUISA ALCANTARA E SILVA
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em entrevista à Folha, o irmão do turista francês Grégor
Erwan Landouar, 35 -assassinado a facadas no último domingo na alameda Franca, em
São Paulo-, Morgan Landouar, 40, disse que, além de
triste pelo assassinato de seu
único irmão, a família também
lamenta pelos brasileiros, "por
viverem num país como esse,
tão perigoso". Morgan conversou por telefone da cidade de
Rivedoux Plage, no sudoeste da
França, onde mora a família
dos dois irmãos.
Crime
O crime continua um mistério para a polícia. Ontem, o artista plástico João Monteiro da
Cunha Salgado Neto -que registrou boletim de ocorrência
sobre o desaparecimento de
Landouar no dia 7, em um
shopping- depôs no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. "A polícia me
orientou a não dar declarações
sobre o assunto", diz ele.
Amigo de Landouar, Marcello Bittencourt, diretor da rádio
USP, diz que é "muito pouco
provável" que Landouar tenha
ido à parada gay, como afirmou
a polícia. "Só se foi como curioso. Ele, com certeza, não era gay
nem simpatizante. Era apenas
uma pessoa tolerante, sem preconceito. Mas contava que já
havia morado com duas mulheres, por três anos com cada
uma."
Leia abaixo trechos da entrevista com o irmão da vítima.
FOLHA - Como a família recebeu a
notícia da morte?
MORGAN LANDOUAR - Foi muito
triste. Recebemos a notícia por
telefone, o cônsul da Embaixada da França no Brasil nos ligou.
FOLHA - Qual era a imagem que a
família tinha do Brasil antes da viagem de Grégor?
LANDOUAR - A de que é um país
muito longe do nosso. E também muito perigoso.
FOLHA - Vocês virão ao Brasil para
buscar o corpo?
LANDOUAR - Não. O consulado
fará o transporte.
FOLHA - No que seu irmão trabalhava?
LANDOUAR - Grégor trabalhava
comigo, na minha empresa, de
jornais.
FOLHA - Quais eram os planos de
Grégor no Brasil?
LANDOUAR - Ele chegou ao Brasil há 15 dias e deveria voltar depois de um mês. Escreva na sua
reportagem que ele estava há
dois anos juntando dinheiro
para poder viajar para aí. Ele tinha muita vontade de conhecer
o Brasil.
FOLHA - Como a família está
se sentindo?
LANDOUAR - Estamos muito
tristes. Você pode dizer que nós
estamos tristes pelo o que
aconteceu com Grégor e tristes
também pelos brasileiros, por
viverem em um país como esse,
tão perigoso.
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