São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Irmão de francês lamenta por brasileiros

A família de Grégor Erwan Landouar, assassinado a facadas no último domingo, diz que já considerava o Brasil um país muito perigoso

"Estamos tristes pelo o que aconteceu com Grégor e também pelos brasileiros, por viverem em um país como esse", disse o irmão

LUISA ALCANTARA E SILVA
DANIEL BERGAMASCO

DA REPORTAGEM LOCAL

Em entrevista à Folha, o irmão do turista francês Grégor Erwan Landouar, 35 -assassinado a facadas no último domingo na alameda Franca, em São Paulo-, Morgan Landouar, 40, disse que, além de triste pelo assassinato de seu único irmão, a família também lamenta pelos brasileiros, "por viverem num país como esse, tão perigoso". Morgan conversou por telefone da cidade de Rivedoux Plage, no sudoeste da França, onde mora a família dos dois irmãos.
Crime
O crime continua um mistério para a polícia. Ontem, o artista plástico João Monteiro da Cunha Salgado Neto -que registrou boletim de ocorrência sobre o desaparecimento de Landouar no dia 7, em um shopping- depôs no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. "A polícia me orientou a não dar declarações sobre o assunto", diz ele. Amigo de Landouar, Marcello Bittencourt, diretor da rádio USP, diz que é "muito pouco provável" que Landouar tenha ido à parada gay, como afirmou a polícia. "Só se foi como curioso. Ele, com certeza, não era gay nem simpatizante. Era apenas uma pessoa tolerante, sem preconceito. Mas contava que já havia morado com duas mulheres, por três anos com cada uma." Leia abaixo trechos da entrevista com o irmão da vítima.

 

FOLHA - Como a família recebeu a notícia da morte?
MORGAN LANDOUAR -
Foi muito triste. Recebemos a notícia por telefone, o cônsul da Embaixada da França no Brasil nos ligou.

FOLHA - Qual era a imagem que a família tinha do Brasil antes da viagem de Grégor?
LANDOUAR -
A de que é um país muito longe do nosso. E também muito perigoso.

FOLHA - Vocês virão ao Brasil para buscar o corpo?
LANDOUAR -
Não. O consulado fará o transporte.

FOLHA - No que seu irmão trabalhava?
LANDOUAR -
Grégor trabalhava comigo, na minha empresa, de jornais.

FOLHA - Quais eram os planos de Grégor no Brasil?
LANDOUAR -
Ele chegou ao Brasil há 15 dias e deveria voltar depois de um mês. Escreva na sua reportagem que ele estava há dois anos juntando dinheiro para poder viajar para aí. Ele tinha muita vontade de conhecer o Brasil.

FOLHA - Como a família está se sentindo?
LANDOUAR -
Estamos muito tristes. Você pode dizer que nós estamos tristes pelo o que aconteceu com Grégor e tristes também pelos brasileiros, por viverem em um país como esse, tão perigoso.


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