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Jornalista José Roberto de Alencar morre aos 62 anos em São Paulo
Como repórter ou colaborador, passou por no mínimo 44 órgãos de imprensa
DA REPORTAGEM LOCAL
Morreu na terça-feira à noite, em São Paulo, o jornalista
José Roberto de Alencar. Seu
corpo foi cremado ontem. Ele
estava com 62 anos e foi vítima
de complicações provocadas
por uma cirurgia para a retirada de um aneurisma na aorta
abdominal.
Como repórter ou colaborador, passou por no mínimo 44
órgãos de imprensa. Na Folha
foi um dos integrantes da equipe que em 1984 cobriu a campanha das "Diretas-Já".
Trabalhou também, entre
outros, na "Gazeta Mercantil",
"Jornal da República", "O Estado de S. Paulo", "Jornal da Tarde", "Folha da Tarde", "Jornal
do Brasil", "Opinião", "Movimento" e nas revistas "Exame",
"Época", "IstoÉ" e "Senhor".
Deixou três livros sobre suas
experiências profissionais:
"Sorte e Arte", "Muita Sorte e
Pouco Juízo" e "ABC do Nhe,
Nhe, Nhém".
Nascido em Santa Rita de
Caldas (MG), era um jornalista
que demonstrava muito entusiasmo pela profissão. Foi um
tipo de repórter capaz de simular determinada identidade ou
atividade profissional para entender melhor o assunto que
investigava -tornou-se por alguns dias camelô num subúrbio do Rio, na preparação de
reportagem sobre a máfia do
comércio ambulante, e em determinado Natal vestiu-se de
Papai Noel para relatar como
as pessoas reagiriam.
Interrompeu a carreira em
seu início, quando sentiu-se
ameaçado pelo regime militar.
Obteve uma carteira de habilitação profissional e sobreviveu
por alguns meses como motorista de caminhão.
Alencar conseguia misturar
dois ingredientes que transpareciam em seus textos: o bom
humor e a indignação. Gostava
de brincar com os significados
de palavras ambíguas ou esconder fragmentos de versos
por sua capacidade descritiva.
Esse comportamento fez dele um cidadão e um jornalista
irrequieto e livre, mas ao mesmo tempo disciplinado com os
prazos para apuração e com os
horários de fechamento das
editorias em que estava alocado.
(JBN)
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