São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

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URBANISMO

Uma das propostas em elaboração é a da Vila Sônia (zona oeste) e inclui a construção da quarta rodoviária

Cidade terá cinco novas áreas de expansão

AMARÍLIS LAGE
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo irá, até o fim deste ano, concluir os projetos de lei de cinco novas operações urbanas na cidade. Uma das propostas que estão mais adiantadas é a da operação Vila Sônia (zona oeste), que prevê a criação da quarta rodoviária da cidade.
De acordo com o secretário do Planejamento, Jorge Wilheim, a rodoviária será instalada ao lado da estação de metrô Vila Sônia, a última prevista no prolongamento da linha 4, que atualmente liga as estações Ana Rosa e Vila Madalena. As outras três rodoviárias da cidade (Barra Funda, Jabaquara e Tietê) também são integradas ao metrô. "[A nova rodoviária] é o ponto mais fácil para quem chega ou sai de São Paulo pelas rodovias Régis Bittencourt e Raposo Tavares", disse Wilheim.
O secretário evitou, porém, estabelecer datas. "Os projetos de lei das operações urbanas estarão prontos até o fim do ano. Mas se eles serão ou não enviados à Câmara [até o fim da gestão da prefeita Marta Suplicy (PT)] é algo que ainda não foi discutido e depende da prefeita." Segundo ele, somente após a aprovação dos projetos na Câmara poderiam ser feitas as estimativas de quando a rodoviária ficará pronta.
As operações urbanas são um dos instrumentos mais importantes para mudar a paisagem de determinadas regiões da cidade, alcançando assim as transformações propostas nos 31 planos diretores regionais. Ontem, o texto da operação urbana Rio Verde-Jacu, que pretende estimular o desenvolvimento econômico da zona leste, foi sancionado pela prefeita.
Na operação urbana Vila Sônia, a meta, segundo Wilheim, é ordenar a urbanização prevista com o avanço da linha do metrô. Os outros dois projetos que estão mais adiantados e, segundo Wilheim, serão concluídos em agosto são os das operações urbanas Jaguaré (oeste) e Vila Maria (norte).
No Jaguaré, a preocupação é se antecipar à pressão imobiliária, já que o local é a continuação do Alto de Pinheiros, região já verticalizada. "Estamos nos apressando em fazer as regras do jogo para que não haja excesso de construção em lugares que não sejam convenientes. Isso teve reflexo na lei de zoneamento, que já prevê alguns adensamentos."

Centros de exposição
Na Vila Maria, a proposta da prefeitura é aproveitar o interesse imobiliário que Santana tem despertado e a existência dos centros de exposições do Anhembi e do Expo Center Norte para promover na região o desenvolvimento de um setor hoteleiro.
No mês passado, o Anhembi hospedou o Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), que reuniu 6.000 pessoas, e o Expo Center Norte sediou a Urbis, feira internacional de cidades, que recebeu cerca de 20 mil pessoas. "É um lugar que atrai muita gente, devido aos eventos, e é de razoável acesso. É também um bairro curioso, que permaneceu baixo. É uma área de grande interesse", diz Wilheim.
Também serão apresentados até o fim do ano os projetos de lei das operações Santo Amaro (sul) e Celso Garcia (leste).
Entretanto, os projetos de duas grandes operações urbanas não serão finalizados neste ano: os da Diagonal Norte e da Diagonal Sul. Ambas prevêem a revitalização da cidade ao longo da via ferroviária que leva carga da região de Campinas a Santos (litoral paulista). Outro projeto que também será adiado é o da operação Amador Bueno (leste).
Atualmente, São Paulo tem quatro operações urbanas: Água Branca (oeste), Centro, Água Espraiada e Faria Lima (sul), nem todas bem-sucedidas. Na Água Branca, só foram construídos quatro prédios. A da Faria Lima teve uma resposta forte do mercado, mas gerou problemas na Vila Olímpia, por exemplo, onde, segundo Wilheim, a possibilidade de adensamento não foi associada à capacidade viária, levando a congestionamentos.


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