São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2006

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Reforma da Fernando Prestes é concluída

Obras na praça, que começaram com atraso, duraram cinco meses na região central de São Paulo e custaram R$ 1,332 milhão

Empreendimento retoma características originais do local, que foi inaugurado em 1938 e criado pelo então prefeito Prestes Maia


RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco meses atrasada em relação ao prazo previsto, a prefeitura vai entregar as obras da praça Coronel Fernando Prestes, na região da Luz, centro de São Paulo. A reforma retoma as características originais da praça, inaugurada em 1938.
A conclusão da praça está marcada para o próximo dia 29, depois de cinco meses de obras. A estimativa inicial da administração, ainda no mandato de José Serra (PSDB), era começar o processo em outubro último e encerrá-lo em fevereiro.
O atraso se deveu a "embaraços administrativos" para liberação de recursos, afirmou José Rollemberg, arquiteto do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) e responsável pelo projeto de reforma. O empreendimento custou R$ 1,332 milhão, dos quais R$ 1,037 milhão financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e outros R$ 295 mil pela prefeitura.
O projeto está vinculado ao Monumenta, programa de fomento à preservação do patrimônio histórico articulado em parceria entre os governos federal, estadual e municipal.
Para aproximar o novo desenho da praça com a Coronel Fernando Prestes de 1938, pisos e jardins sofreram modificação. No solo, o mosaico português (pedras brancas e pretas) substitui o revestimento de ladrilho hidráulico (cerâmica que forma o mapa do Estado). A troca foi baseada em fotografias da época, diz Rollemberg. "Recuperamos a característica que a praça tinha quando foi feita e ao mesmo tempo a adaptamos para o período atual."
A principal alteração está no fim do uso da praça como estacionamento, medida que pretende beneficiar os pedestres que circulam no local. A prefeitura negociou com a Fatec e com a Polícia Militar, que mantêm prédios no entorno, para que o local fosse usado prioritariamente como passagem -não mais como parada- de automóveis. A camada de asfalto que recobria a área onde os carros estacionavam foi removida para dar lugar a paralelepípedos, tal qual na praça de 38.
Ainda de acordo com José Rollemberg, os jardins e a área verde aumentaram de tamanho e a praça, de cerca de 11 mil m2, ganhou um parque infantil. Haverá rampas para portadores de deficiência e, entre os paralelepípedos, superfícies lisas para facilitar a locomoção de cadeirantes.
A praça Coronel Fernando Prestes foi criada pelo então prefeito Prestes Maia (1896-1965) para ocupar espaço usado anteriormente como campo de experimento da escola de agronomia da Poli (Escola Politécnica da USP). "Aquela área tinha um aspecto quase rural. A praça representa um momento de São Paulo assumindo o seu lado metrópole."


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