São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Prédios históricos viram alvo de criminosos e têm seus letreiros furtados

DA REPORTAGEM LOCAL

O furto de letreiros com nomes de prédios históricos, tombados ou não, se tornou um crime recorrente na região central de São Paulo nas últimas semanas -geralmente nas madrugadas. Os furtos têm preocupado urbanistas e associações de preservação do patrimônio. Fundidos em metais como bronze e latão, as peças têm valor de revenda em sucatas e ferros-velhos.
Como algumas são obras de artesãos famosos e possuem valor histórico e artístico, existe a suspeita por parte desses grupos de que as peças possam estar à venda para colecionadores em antiquários ou feiras de antigüidade.
Até a placa do marco zero, cravada na praça da Sé, foi levada. Uma réplica, que não seria exatamente uma cópia fiel porque aparentemente não havia registro em fotos, foi colocada no mesmo lugar.
Entre as "vítimas", os edifícios Santo Ermelino, número 316 da rua Xavier Toledo, o Estamparia, bem ali ao lado, o 37 da rua da Consolação, e o Dr. Cássio Geribello, número 80 da Benjamin Constant.
Para Eduardo Rubies, presidente da Associação Preserva São Paulo, os crimes podem estar relacionados com o roubo de placas de bronze dos monumentos do centro e de esculturas inteiras, como o busto em bronze de Goethe na praça D. José Gaspar. Ele acredita que parte desse material seja vendido para fundição.
"As peças são vendidas a preços irrisórios. Isso é o fim do mundo, produto da impunidade", diz Rubies.
Um dos letreiros foi roubado quase em frente a uma das novas câmeras de vigilância instaladas no centro pela prefeitura e a cerca de 200 metros da Secretaria da Segurança Pública. A secretaria diz ter pedido um levantamento desse tipo de furto às delegacias da região central, mas afirma que nenhum boletim de ocorrência foi registrado.
Segundo a Guarda Civil Metropolitana, responsável pela vigilância do patrimônio da cidade e que controla as câmeras de segurança, "não consta nos arquivos nenhum furto ou roubo de placas ou letreiros".
A Subprefeitura da Sé afirma que, de 48 ferros-velhos fiscalizados em sua jurisdição, 29 foram fechados por falta de licença de funcionamento ou por vender fios roubados de semáforos. Segundo a subprefeitura, os outros 19 estariam em processo de fechamento por irregularidades.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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