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Prédios históricos viram alvo de criminosos e têm seus letreiros furtados
DA REPORTAGEM LOCAL
O furto de letreiros com nomes de prédios históricos,
tombados ou não, se tornou
um crime recorrente na região
central de São Paulo nas últimas semanas -geralmente
nas madrugadas. Os furtos
têm preocupado urbanistas e
associações de preservação do
patrimônio. Fundidos em metais como bronze e latão, as peças têm valor de revenda em
sucatas e ferros-velhos.
Como algumas são obras de
artesãos famosos e possuem
valor histórico e artístico,
existe a suspeita por parte desses grupos de que as peças possam estar à venda para colecionadores em antiquários ou
feiras de antigüidade.
Até a placa do marco zero,
cravada na praça da Sé, foi levada. Uma réplica, que não seria exatamente uma cópia fiel
porque aparentemente não
havia registro em fotos, foi colocada no mesmo lugar.
Entre as "vítimas", os edifícios Santo Ermelino, número
316 da rua Xavier Toledo, o Estamparia, bem ali ao lado, o 37
da rua da Consolação, e o Dr.
Cássio Geribello, número 80
da Benjamin Constant.
Para Eduardo Rubies, presidente da Associação Preserva
São Paulo, os crimes podem
estar relacionados com o roubo de placas de bronze dos
monumentos do centro e de
esculturas inteiras, como o
busto em bronze de Goethe na
praça D. José Gaspar. Ele acredita que parte desse material
seja vendido para fundição.
"As peças são vendidas a
preços irrisórios. Isso é o fim
do mundo, produto da impunidade", diz Rubies.
Um dos letreiros foi roubado quase em frente a uma das
novas câmeras de vigilância
instaladas no centro pela prefeitura e a cerca de 200 metros
da Secretaria da Segurança
Pública. A secretaria diz ter
pedido um levantamento desse tipo de furto às delegacias
da região central, mas afirma
que nenhum boletim de ocorrência foi registrado.
Segundo a Guarda Civil Metropolitana, responsável pela
vigilância do patrimônio da cidade e que controla as câmeras de segurança, "não consta
nos arquivos nenhum furto ou
roubo de placas ou letreiros".
A Subprefeitura da Sé afirma que, de 48 ferros-velhos
fiscalizados em sua jurisdição,
29 foram fechados por falta de
licença de funcionamento ou
por vender fios roubados de
semáforos. Segundo a subprefeitura, os outros 19 estariam
em processo de fechamento
por irregularidades.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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