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Nova lei cria regra para ocupação na Billings
Área de proteção da represa tem cerca de
200 mil imóveis passíveis de regularização
Legislação permitirá obras
de coleta e tratamento de
esgoto, já que a Sabesp não
pode implantar a rede em
áreas consideradas invasões
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), sancionou
ontem o projeto que cria a Lei
Específica da Billings, represa
que responde por 11% da oferta
de água para a capital (1,8 milhão de pessoas). A lei reúne
normas para regularizar a posse de terrenos e, com isso, permitir obras de coleta e tratamento de esgoto na região.
Há na área de proteção da Billings quase 200 mil imóveis
passíveis de regularização, mas,
segundo a Secretaria de Estado
do Meio Ambiente, nem todos
poderão ter escrituras, porque
parte deles está em área proibida (a menos de 50 metros de
mananciais, por exemplo).
Serra, em discurso, disse que
a regularização abrirá caminho
para que a Sabesp invista em
esgoto -a empresa não pode
implantar a rede porque as
áreas são tidas como invasões.
O governador declarou que
há a previsão de aportes de R$
1,2 bilhão na região. A lei prevê
a regularização de terrenos de
até 125 m2 em Diadema, Santo
André, São Bernardo do Campo, Ribeirão Pires e Rio Grande
da Serra e São Paulo.
As licenças só serão dadas caso 15% da área fique livre de
obras, permitindo a infiltração
da chuva. Em áreas maiores, o
índice pode chegar a 90%.
Prefeituras também poderão
legalizar áreas ocupadas, mas
terão que apresentar projetos
de compensação ambiental.
Segundo Serra, 80% da área
da bacia da Billings (de 47,5 mil
hectares), no entanto, ficará intocada. Ele promete aperto na
fiscalização de novas invasões.
"No primeiro ano [de vigência
da lei] já teremos efeitos concretos", disse ele.
A cada três meses, haverá um
levantamento por fotos aéreas,
segundo o secretário, Xico Graziano, para verificar novas
áreas invadidas.
Graziano disse esperar que
as prefeituras da região colaborem. "Podem colocar as guardas municipais."
A lei é bem-vinda -já que as
áreas de invasão estão praticamente consolidadas-, mas o
Estado precisa fazer sua parte e
evitar obras que danifiquem
mananciais.
É a opinião do ambientalista
Mário Cezar Lopes do Nascimento, presidente em exercício do subcomitê Juqueri-Cantareira do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, em
que está incluída a Billings.
"Que moral tem um secretário para cobrar que o cidadão
respeito o ambiente, se o próprio Estado faz tantos estragos?", questiona.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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