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Cargas de lixo tóxico ainda não foram devolvidas
Prazo para devolução de 40 contêineres que chegaram a Rio Grande (RS) acabou
Mais 16 contêineres vieram da Inglaterra para Santos e 8 para Caxias do Sul (RS); PF, Receita e Ministério Público investigam o desembarque
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Quarenta contêineres carregados com lixo tóxico, domiciliar e eletrônico que chegaram
da Inglaterra nos últimos meses continuam em Rio Grande
(RS), apesar de o prazo para a
carga ser devolvida ter expirado na sexta-feira passada.
A Polícia Federal instaurou
inquérito para apurar o caso e
deve acionar a Interpol (polícia
internacional) para investigar
responsabilidades.
A Receita e o Ministério Público Federal do RS também investigam o desembarque do
material. Outros 16 contêineres chegaram a Santos e oito a
Caxias do Sul (RS). O total da
carga soma 1.200 toneladas.
Após o prazo se encerrar, o
Ibama decidiu prorrogá-lo ao
ouvir as explicações dadas pelas empresas importadoras e de
logística autuadas.
Segundo a divisão do órgão
em Rio Grande, as companhias
estão "colaborando" com as investigações. As empresas argumentam que compraram ou intermediaram a compra dos materiais para reciclagem, mas as
companhias inglesas enviaram
lixo. Segundo o Ibama, duas delas dizem poder providenciar o
retorno do material à Europa.
A Receita Federal afirma que
o esquema é similar ao usado
pela Máfia, que envia lixo para
países da África. Os contêineres
chegaram entre fevereiro e
maio deste ano. Em um deles,
havia até um tonel com brinquedos com um aviso que dizia
para entregá-los a "crianças pobres do Brasil". Seringas, pilhas, camisinhas e tecidos também foram trazidos.
O Ibama vai pedir intermediação do Itamaraty para contatar o Reino Unido e agilizar a
volta do lixo à Europa. Cinco
empresas receberam multas do
Ibama de até R$ 408 mil pela
chegada do lixo ao país.
A advogada Silvana Giacomini, que representa duas empresas autuadas no RS, diz que elas
não podem ser obrigadas a devolver a carga porque não chegaram a receber o produto.
Em Santos e Caxias do Sul, o
prazo para a retirada dos contêineres ainda não expirou.
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