São Paulo, terça-feira, 14 de julho de 2009

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Cargas de lixo tóxico ainda não foram devolvidas

Prazo para devolução de 40 contêineres que chegaram a Rio Grande (RS) acabou

Mais 16 contêineres vieram da Inglaterra para Santos e 8 para Caxias do Sul (RS); PF, Receita e Ministério Público investigam o desembarque

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

Quarenta contêineres carregados com lixo tóxico, domiciliar e eletrônico que chegaram da Inglaterra nos últimos meses continuam em Rio Grande (RS), apesar de o prazo para a carga ser devolvida ter expirado na sexta-feira passada.
A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o caso e deve acionar a Interpol (polícia internacional) para investigar responsabilidades.
A Receita e o Ministério Público Federal do RS também investigam o desembarque do material. Outros 16 contêineres chegaram a Santos e oito a Caxias do Sul (RS). O total da carga soma 1.200 toneladas.
Após o prazo se encerrar, o Ibama decidiu prorrogá-lo ao ouvir as explicações dadas pelas empresas importadoras e de logística autuadas.
Segundo a divisão do órgão em Rio Grande, as companhias estão "colaborando" com as investigações. As empresas argumentam que compraram ou intermediaram a compra dos materiais para reciclagem, mas as companhias inglesas enviaram lixo. Segundo o Ibama, duas delas dizem poder providenciar o retorno do material à Europa.
A Receita Federal afirma que o esquema é similar ao usado pela Máfia, que envia lixo para países da África. Os contêineres chegaram entre fevereiro e maio deste ano. Em um deles, havia até um tonel com brinquedos com um aviso que dizia para entregá-los a "crianças pobres do Brasil". Seringas, pilhas, camisinhas e tecidos também foram trazidos.
O Ibama vai pedir intermediação do Itamaraty para contatar o Reino Unido e agilizar a volta do lixo à Europa. Cinco empresas receberam multas do Ibama de até R$ 408 mil pela chegada do lixo ao país.
A advogada Silvana Giacomini, que representa duas empresas autuadas no RS, diz que elas não podem ser obrigadas a devolver a carga porque não chegaram a receber o produto.
Em Santos e Caxias do Sul, o prazo para a retirada dos contêineres ainda não expirou.


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