São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2001

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SAÚDE

Embalagem de Neo Propranol registrava dosagem errada; Vigilância Sanitária de Campo Grande já começou a recolher remédio

Lote de anti-hipertensivo é interditado

FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Coordenadoria de Vigilância Sanitária de Campo Grande determinou ontem a interdição cautelar do lote 1066 do medicamento Neo Propranol, produzido pelo laboratório Neo Química Comércio e Indústria Ltda., que fica localizado na cidade de Anápolis (57 km de Goiânia).
É o segundo medicamento produzido pela farmacêutica que sofre interdição cautelar neste mês. Ambos são anti-hipertensivos e só podem ser vendidos sob prescrição médica (tarja vermelha).
Fabricado em duas apresentações diferentes, o Neo Propranol estava sendo vendido com conteúdo trocado. Na caixa do lote, a informação era que havia na embalagem 40 comprimidos com 40 mg, mas, na verdade, havia 20 comprimidos com 80 mg. Tanto a caixa quanto a cartela registravam o mesmo número de lote.
O problema foi detectado na última sexta-feira por uma paciente de 68 anos.
Desconfiada da diferença entre o que estava escrito na cartela e a informação registrada na embalagem do remédio, ela procurou o seu médico, o cardiologista Enock José de Souza.
Apesar de ter tomado quase todo o medicamento que havia na caixa, ela não teve nenhuma reação adversa como consequência da superdosagem.
De acordo com o cardiologista Souza, a superdosagem do medicamento pode causar batimento lento do coração, pressão baixa, condução lenta do estímulo elétrico do coração e asma brônquica. Em situações extremas, há risco de morte.

Vigilância
Orientada pelo médico, a mulher procurou o Conselho Regional de Farmácia (CRF) de Mato Grosso do Sul, que ontem formalizou a denúncia na Vigilância Sanitária municipal. Os medicamentos do lote 1066 já começaram a ser recolhidos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também recebeu a denúncia do CRF, mas ainda não fez pronunciamento sobre o caso.
Os fiscais da Vigilância Sanitária verificaram outros lotes do medicamento, mas não os interditaram porque eles estavam embalados corretamente.
Em nota à imprensa, o laboratório Neo Química afirma que está rastreando o lote 1066 e que autorizou o seu recolhimento. Não foi informado, no entanto, se caixas desse lote haviam sido enviadas para outros Estados.
A empresa mandou ontem uma equipe a Campo Grande para acompanhar o caso.


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