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SAÚDE
Embalagem de Neo Propranol registrava dosagem errada; Vigilância Sanitária de Campo Grande já começou a recolher remédio
Lote de anti-hipertensivo é interditado
FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Coordenadoria de Vigilância
Sanitária de Campo Grande determinou ontem a interdição cautelar do lote 1066 do medicamento Neo Propranol, produzido pelo
laboratório Neo Química Comércio e Indústria Ltda., que fica localizado na cidade de Anápolis (57
km de Goiânia).
É o segundo medicamento produzido pela farmacêutica que sofre interdição cautelar neste mês.
Ambos são anti-hipertensivos e
só podem ser vendidos sob prescrição médica (tarja vermelha).
Fabricado em duas apresentações diferentes, o Neo Propranol
estava sendo vendido com conteúdo trocado. Na caixa do lote, a
informação era que havia na embalagem 40 comprimidos com 40
mg, mas, na verdade, havia 20
comprimidos com 80 mg. Tanto a
caixa quanto a cartela registravam
o mesmo número de lote.
O problema foi detectado na última sexta-feira por uma paciente
de 68 anos.
Desconfiada da diferença entre
o que estava escrito na cartela e a
informação registrada na embalagem do remédio, ela procurou o
seu médico, o cardiologista Enock
José de Souza.
Apesar de ter tomado quase todo o medicamento que havia na
caixa, ela não teve nenhuma reação adversa como consequência
da superdosagem.
De acordo com o cardiologista
Souza, a superdosagem do medicamento pode causar batimento
lento do coração, pressão baixa,
condução lenta do estímulo elétrico do coração e asma brônquica. Em situações extremas, há risco de morte.
Vigilância
Orientada pelo médico, a mulher procurou o Conselho Regional de Farmácia (CRF) de Mato
Grosso do Sul, que ontem formalizou a denúncia na Vigilância Sanitária municipal. Os medicamentos do lote 1066 já começaram a ser recolhidos.
A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) também recebeu a denúncia do CRF, mas
ainda não fez pronunciamento
sobre o caso.
Os fiscais da Vigilância Sanitária
verificaram outros lotes do medicamento, mas não os interditaram porque eles estavam embalados corretamente.
Em nota à imprensa, o laboratório Neo Química afirma que está
rastreando o lote 1066 e que autorizou o seu recolhimento. Não foi
informado, no entanto, se caixas
desse lote haviam sido enviadas
para outros Estados.
A empresa mandou ontem uma
equipe a Campo Grande para
acompanhar o caso.
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